A empresa espanhola Telefónica está a negociar um possível um acordo com a TIM (da Telecom Italia) e a Claro (detida pelo mexicano Carlos Slim, dono da América Móvil) com vista a comprar os ativos da quarta maior empresa de telecomunicações móveis do mercado brasileiro, a Oi. A notícia está a ser avançada pelo espanhol Expansión.

A Oi anunciou em junho de 2016 um processo de recuperação judicial na tentativa de reestruturar a dívida de aproximadamente 65 mil milhões de reais (14,6 mil milhões de euros). O governo brasileiro e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) estão preocupados com as consequências de um eventual colapso da empresa, que acabaria por afetar os 37,5 milhões de clientes do móvel, os 5,7 milhões de utilizadores de internet por banda larga fixa e os 1,55 milhões assinantes do serviço de televisão por satélite.

O Presidente Jair Bolsonaro homologou na última sexta-feira uma lei que altera a regulamentação da telefonia móvel e suspende as restrições às vendas de ativos que anteriormente tenham pertencido ao Estado. Além disso, a lei irá criar um mercado secundário para o comércio de frequências de telemóveis, avançou a Reuters.

O posicionamento pró-negócios do governo brasileiro e uma proposta por parte da Oi à TIM e à Telefónica Brasil, que engloba a venda dos ativos de comunicações móveis apenas, pode vir a colocar a empresa numa situação mais favorável. A receita proveniente do negócio seria utilizada para reforçar a presença da Oi no mercado como detentora maioritária da infraestrutura de fibra ótica no país, já que neste momento possui cerca de 360 mil quilómetros de extensão e é utilizada por outras operadoras, como explicou o jornal brasileiro Folha de S. Paulo em setembro deste ano.

A Oi perdeu 1,5 milhões de reais (1,1 milhões de euros) entre abril e junho, depois dos 1,25 milhões (280 mil euros) perdidos no mesmo período do ano anterior, com uma queda de 22% nos resultados operacionais. Num ano, a dívida da empresa cresceu em 25%, e no segundo trimestre de 2019 a faturação caiu 8,1% para 5 milhões de reais (1,1 milhões de euros), com um colapso de 12% no negócio residencial, descreve o Expansión.

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