Naya foi o primeiro lobo selvagem a ser detetado na Bélgica em 100 anos. Agora desapareceu e várias associações de proteção animal oferecem uma recompensa de 30 mil euros a quem ajudar encontrá-la — apesar das suspeitas de que possa ter sido morta por caçadores profissionais.
A fêmea de lobo apareceu pela primeira vez na Bélgica em janeiro de 2018, vinda da Alemanha. A última vez que alguém a viu foi há cinco meses, no bosque de Limburg, na Flandres. Quando desapareceu, Naya tinha um companheiro — um lobo chamado August — e estava grávida. As crias também nunca foram encontradas.
O local onde os dois lobos habitavam estava equipado com câmaras de vigilância para controlar o comportamento dos animais. Os equipamentos terão registado o último momento em que a fêmea de lobo foi vista.
As associações ecologistas e de proteção da natureza Bird Protection Flanders, Animal Rights e The Nature Aid Centre culpam caçadores furtivos pelo desaparecimento do lobo e pedem que o responsável seja castigado. Em conjunto, oferecem 20 mil euros a quem der informações que ajudem na recuperação do animal — ou na identificação dos responsáveis pelo seu desaparecimento e eventual morte. Um empresário local juntou-se à causa e também oferece 10 mil euros.
O importante é que a pessoa que fez isto não escape sem castigo. As pessoas já não aceitam que alguém tenha o direito de decidir que animais podem ou não sobreviver. Antes de oferecer esta recompensa, a investigação estava bloqueada. Sem provas, não há buscas. E, sem buscas, não se pode condenar ninguém”, escreve a Bird Protection Flanders em comunicado, citado pelo La Vanguardia.
Como o lobo ainda não foi encontrado, e não há quaisquer provas de crime, a justiça belga arquivou o caso, o que a WWF considera uma “vergonha” para o país. Imagens captadas pelas câmaras instaladas no local mostram August, o lobo macho, sozinho, meses depois do desaparecimento da companheira.
Restam agora três lobos na Bélgica: August e outros dois exemplares. Como em quase todo o continente europeu, a espécie começou a desaparecer devido à caça, à agricultura e a construções humanas que destruíram o seu habitat.