Pelo menos 23 estudantes ficaram feridos, principalmente mulheres, na explosão de uma bomba esta terça-feira durante uma aula numa universidade da cidade de Ghazni, no sul do Afeganistão. O balanço anterior feito pelas autoridades era de 19 estudantes feridos.

A explosão ocorreu por volta das 9h40, horário local (6h10 em Lisboa), enquanto decorria uma aula na Faculdade de Literatura da Universidade de Ghazni, disse à EFE o porta-voz do governador da província, Arif Noori.

Até agora, 23 estudantes ficaram feridos pela detonação de um engenho explosivo improvisado, segundo o porta-voz da polícia de Ghazni, Ahmad Khan Sirat. “Infelizmente, a maioria dos feridos neste ataque terrorista são mulheres“, afirmou o porta-voz.

Arif Noori avançou horas antes que, de acordo com as investigações iniciais, os explosivos foram colocados “dentro da sala de aula”.

“Alguns estudantes vêm de áreas remotas e inseguras da província de Ghazni, onde têm contacto com rebeldes e acreditamos que possam estar por trás da explosão”, disse Noori.

Segundo Arif Noori, no passado, alguns estudantes já haviam sido presos por ligações com rebeldes. No entanto, nenhum grupo armado ainda assumiu a responsabilidade pelo ataque.

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O principal porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, negou que o grupo tenha realizado o ataque e condenou-o “de maneira enérgica”.

“Atacar instituições educacionais é contra os princípios islâmicos e humanitários”, disse o porta-voz dos talibãs em sua conta no Twitter.

Na segunda-feira foi assinalado o 18º ano do início oficial da entrada dos Estados Unidos no Afeganistão.

Ainda na segunda-feira, ocorreu um ataque a bomba contra um autocarro de recrutas do exército no leste do Afeganistão, causando dez mortes e 27 feridos.

A violência no país continua em altos níveis, com os civis sendo um dos setores mais afetados da população. Segundo a Missão da ONU no Afeganistão (UNAMA), no primeiro semestre do ano, 1.366 civis foram mortos e 2.446 ficaram feridos.