Aconteceu no estado do Illinois, Estados Unidos. Uma criança de nove anos de idade foi formalmente acusada de cinco homicídios, ou seja, de homicídio em massa, após ter causado fogo numa habitação.

O incêndio aconteceu a 6 de abril no Illinois central, e vitimou duas crianças de dois anos, uma criança de um, uma mulher de 69 e um homem de 34 anos de idade, o que resultou agora em cinco acusações de homicídio em primeiro grau para a criança de nove anos. Desde 2006 que, nos EUA, um menor não enfrentava tais acusações num contexto deste género, de acordo com uma base de dados elaborada em conjunto pela Associated Press, USA Today e a Northwestern University.

A casa estava localizada no Parque para Casas Móveis de Timberline, na vila de Goodfield a cerca de 240 km de Chicago.

O advogado nomeado pelo Estado para defender o menor ainda não revelou quaisquer detalhes sobre o perfil do arguido, o que não exclui uma possível relação familiar com as vítimas. Já a acusação diz que “foi uma decisão difícil” a de acusar o menor, e que foram consultados vários relatórios sobe o incêndio em questão. Já o médico legista encarregue do caso diz que o fogo foi ateado de forma intencional.

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Segundo o USA Today, a maior dificuldade para a acusação vai ser provar que a criança tinha intenções de causar a morte das vítimas, uma condição essencial às acusações de homicídio em primeiro grau.

O estado do Illinois foi dos primeiros de sempre a constituir um tribunal juvenil, na última década do século XIX. Para Betsy Clark, presidente da Iniciativa de Justiça Juvenil contactada pela Associated Press (AP), “acusar alguém com menos de 14 anos não deveria nunca ser permitido”, e acrescenta que tal já acontece em países como a Alemanha. Clark aponta como argumento o estado do desenvolvimento do cérebro numa criança desta idade.

Se for considerada culpada, a criança de nove anos será colocada em liberdade condicional por pelo menos cinco anos, mas nunca para lá dos 21, e a obrigatoriedade de fazer terapia e de ter aconselhamento psicológico serão bastante prováveis, diz o jornal americano.

O arguido será presente a tribunal numa audiência formal, até à qual esperará em liberdade já que, segundo a lei do estado onde ocorreu o incidente, crianças com menos de 10 anos não podem ser detidas.