A versão mais apimentada do 208, a ser lançada no próximo ano, terá gerado uma discussão interna no seio da Peugeot. Em causa, avança a AutoExpress, está a denominação. E tudo por causa da motorização, que deverá ser exclusivamente eléctrica. Noutros tempos, a questão nem se colocaria, pois a sigla GTi – apesar de popularizada pela Volkswagen – contribuiu para o capital de imagem “desportivo” da Peugeot, desde o lançamento do mítico 205 GTi, em 1984.

Passaram-se entretanto mais de 30 anos e, nessas três décadas, a própria Peugeot mudou. O fabricante de Sochaux pretende deixar o rótulo de marca generalista para se colar aos premium e já assumiu que a sua visão de futuro dos modelos virados para a performance não se coaduna com a combustão interna “tradicional”. Ou seja, sem electrificação nada feito… Daí que, neste momento, parte dos executivos da marca seja apologista de eliminar (de vez) a sigla GTi, argumentando que esta não se enquadra na imagem que a Peugeot pretende passar para o mercado. E a verdade é que, em relação às variantes puramente eléctricas, quer do 208 quer do 2008, o fabricante gaulês tende a colocar grande ênfase nas prestações, o que indicia que não haverá versões de alto rendimento sem apoio eléctrico.

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Segundo a AutoExpress, uma “facção” dos quadros da Peugeot defende que os modelos mais performantes devem passar uma borracha no GTi e incorporar Sport Engineered na denominação. Em linha, aliás, com o que prenunciou o protótipo 508 Sport Engineered, apresentado na última edição do Salão de Genebra, tendo sob o capot uma mecânica híbrida plug-in (um bloco PureTech 200 conjugado com dois motores eléctricos, um à frente com 110 cv e outro atrás com 200 cv, para uma potência conjunta equiparável à de um motor térmico de 400 cv).

Mas as opiniões dividem-se. Ainda segundo a referida publicação, a filial do Reino Unido assume uma postura mais contestatária, considerando que a extinção das três letrinhas “mágicas” faz tábua-rasa do passado. Até o Porsche Taycan, que apesar de ser 100% eléctrico preserva as denominações Turbo e Turbo S – o que motivou umas farpas de Elon Musk -, terá sido apontado como um exemplo de que não é necessário fazer um corte radical com o passado. Resta aguardar, para saber quem ganha este braço-de-ferro.

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