Os 10.359 incêndios rurais que ocorreram este ano até 30 de setembro resultaram em mais de 41 mil hectares de área ardida, uma ligeira subida em relação ao mesmo período de 2018, foi esta quinta-feira divulgado.

O relatório provisório sobre incêndios rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) adianta que o ano de 2019 apresenta, até 30 de setembro, o terceiro valor mais baixo em número de incêndios e o terceiro valor mais reduzido de área ardida, dos últimos 10 anos. Segundo o ICNF, entre 01 de janeiro e 30 de setembro, ocorreram 10.359 incêndios rurais, mais 16 do que no mesmo período de 2018, de que resultaram em 41.014 hectares de área ardida, mais 375 hectares do que em período idêntico do ano passado.

Comparando os valores do ano de 2019 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 44% de incêndios rurais e menos 62% de área ardida relativamente à média anual do período”, lê-se no relatório, frisando que os anos que apresentam dados inferiores são 2014 e 2018.

O ICNF destaca também que setembro foi o mês com o maior número de incêndios rurais (2.458), correspondendo a 24% do número total registado este ano. Julho foi o mês que registou a maior área ardida este ano, com 14.035 hectares (34% do total de área ardida deste ano). De acordo com o ICNF, 85% dos fogos que deflagraram até 30 de setembro tiveram uma área ardida inferior a um hectare, tendo, até essa data, ocorrido dois incêndios com uma área ardida superior ou igual a 1.000 hectares.

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O incêndio que ocorreu em 20 de julho no concelho de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, foi o que mais área consumiu este ano, um total de 9.249 hectares, seguido do fogo que se registou no concelho de Águeda (Aveiro), com 1633 hectares. O ICNF sublinha que se registaram, até 30 de setembro, 59 “grandes incêndios”, sendo esta designação dada aos fogos com uma aérea ardida igual ou superior a 100 hectares.

O mesmo documento dá igualmente conta de que foram investigados, até à data, 7.867 incêndios dos 10.359 registados, sendo as causas mais frequentes o “incendiarismo – imputáveis” (28%) e “queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas” (17%). O ICNF indica ainda que o maior número de incêndios ocorreu nos distritos do Porto (1781), Braga (890) e Aveiro (866), mas na sua maioria foram de reduzida dimensão e não ultrapassam um hectare de área ardida.

Em área ardida, o distrito mais afetado foi Santarém, com 6.711 hectares, cerca de 16% da área total ardida até à data, seguido de Castelo Branco com 6.391 hectares (16% do total) e de Vila Real com 3.243 hectares (8% do total).

O relatório provisório faz também uma análise de severidade meteorológica (conjugação de temperaturas, vento, ausência de chuva e humidade), concluindo que a área ardida no ano de 2019 “é consideravelmente inferior à expectável” tendo em conta a severidade meteorológica verificada.