Um concorrente da 18ª temporada da versão espanhola do programa televisivo ‘Big Brother’ pode vir a ser acusado de abuso sexual de uma concorrente. Pelo menos foi o que concluiu a investigação agora entregue ao Ministério Público para decidir se formaliza, ou não, a acusação contra José María López.

Tudo aconteceu na madrugada de 4 de novembro de 2017 quando, naquele programa, houve uma festa regada a álcool. Nessa semana os concorrentes tinham pouca comida em casa e a concorrente Carlota Prado, que manteria uma relação no interior da casa com José Maria, ter-se-á sentido mal. As imagens que chegaram às autoridades, e que foram captadas pela Telecinco, mostram José María a acompanhar a rapariga ao quarto. Ambos deitam-se na cama debaixo do edredão. Pouco depois, descreve o relatório da investigação, o suspeito faz vários movimentos junto a Carlota Prado, que se encontrava de costas e sem se mover.

Carlota contou ao tribunal de Colmenar Viejo (vila próxima de Madrid onde se encontra a casa utilizada no programa), e mais tarde numa entrevista ao El Confidencial, que tinha bebido quatro shots de tequila, e que estes lhe “caíram mal” porque estava há várias horas sem comer; já José María estaria sóbrio.

Por volta das 1h30, e de acordo com outro artigo do mesmo jornal, José María introduziu-se na cama de Carlota Prado, que estava integralmente vestida, e anunciou que queria contar-lhe um segredo. Seguiram-se vários movimentos do próprio, encobertos pela roupa de cama, em que poderia  ver-se José Maria a tirar as calças e cuecas à concorrente — esta apenas disse “não posso”. De seguida removeu a própria parte de cima e colocou a mão à frente de José María para que parasse. José María continou com o que a juíza descreveu como “possíveis penetrações” enquanto Carlota parecia não reagir, de olhos fechados.

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O que aconteceu depois, e que levou a juíza a considerar que existiam de facto indícios de abuso sexual, foi que Carlota, aparentemente pouco consciente, disse “quita” (em português “tira”, ou “retira”), o que a juíza considerou referir-se aos movimentos de José María.

Tudo isto só foi interrompido cerca de cinco minutos depois quando a “súper” do programa (a apresentadora que monitoriza a casa 24 horas por dia e que intervém com os concorrentes através de um altifalante) ordenou que compusessem os microfones e que Carlota se deslocasse ao confessionário (uma divisão da casa em que os concorrentes se isolam dos restantes para conversas com os apresentadores). Após a mensagem, Carlota começou a vomitar enquanto José María, rindo-se, afirmou que Carlota não seria capaz.

Com a ajuda de José, Carlota enrolou-se numa manta e afastou-se do quarto, deixando pelo caminho cair a roupa interior.

Perante o vídeo e após confrontar tanto a vítima como o agressor, a juíza encarregada do caso deliberou que existiam indícios de abuso sexual. A defesa de José María recorreu da decisão afirmando que caso houvesse realmente um ato criminoso seria da responsabilidade da “súper” e da produção interromper imediatamente o programa e o concurso. Foi, aliás, a própria direção do programa que decidiu expulsá-lo horas depois e denunciar o caso à Guardia Civil.

Já Carlota, segundo relatou ao Confidencial, teve a possibilidade de abandonar a casa para falar com a família. Só depois formalizou a queixa e chegou a voltar ao programa. Segundo ela, a última imagem que tem dessa noite estava ela na sala da casa. Só na manhã seguinte foi confrontada no confessionário com as imagens do que lhe tinha acontecido. Ficou em choque.

Agora cabe ao Ministério Público decidir se leva o concorrente do programa a julgamento ou não. À luz da lei espanhola, ele seria acusado de violação se tivesse ouvido violência, assim sendo entendem os magistrados estar perante um caso de abuso sexual.