A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu “tolerância zero” face ao “ódio”, um dia depois de um atentado que visou uma sinagoga em Halle (leste) e que causou dois mortos.

Os representantes do Estado de direito devem utilizar todos os meios do Estado de direito para combater o ódio, a violência (…) é a tolerância zero”, indicou a chanceler num discurso perante representantes do sindicato da metalurgia IG Metal em Nuremberga.

Merkel, que esteve na quarta-feira numa das principais sinagogas de Berlim em sinal de solidariedade, declarou-se “chocada e abatida como milhões de pessoas na Alemanha” com o ataque, que o suspeito filmou e divulgou em direto através da internet. Assinalando que poderia ter havido muitos mais vítimas, a chanceler insistiu: “regozijamo-nos por cada sinagoga e cada comunidade judaica no nosso país”.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, por seu turno, afirmou esta quinta-feira que os judeus da Alemanha devem ser protegidos. “Devemos proteger a comunidade judaica” na Alemanha, “deve ficar claro que o Estado assume a responsabilidade pela comunidade judaica, a segurança da comunidade judaica na Alemanha”, adiantou o chefe de Estado diante da sinagoga de Halle. A comunidade judaica queixou-se da ausência de proteção policial na altura do ataque.

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Ao final da manhã de quarta-feira um alemão armado, 27 anos, tentou entrar na sinagoga, onde se encontravam dezenas de pessoas para assinalar o Yom Kipur, o maior feriado religioso judaico. Não tendo conseguido, o homem começou a disparar de forma indiscriminada na rua, tendo depois atirado contra os clientes que estavam num estabelecimento de comida turca de ‘take-away’. Um suspeito também lançou pelo menos duas granadas de mão, uma contra um cemitério judeu junto da sinagoga e outra contra o estabelecimento de comida.

Frank-Walter Steinmeier, que denunciou “um atentado cobarde”, considerou que quarta-feira marca “um dia de vergonha e de opróbrio” para a Alemanha.

A comunidade judaica tem crescido na Alemanha 75 anos depois do Holocausto, nomeadamente devido à chegada desde o início dos anos 1990 de numerosos judeus da ex-URSS, totalizando cerca de 225.000 pessoas.