Os serviços da Câmara de Mira já eliminaram, desde o início do ano, cerca de 90 ninhos de vespas velutinas, ou asiáticas, “na sua maioria com diâmetro superior a 25 cm”, foi esta quinta-feira anunciado.

A batalha no combate à vespa velutina, que o Serviço Municipal de Proteção Civil de Mira e a equipa de sapadores florestais têm empreendido desde 2015, tem sido hercúlea, abnegada e digna de registo e reconhecimento por todos”, refere o presidente do município, Raul Almeida.

Para combater “a praga”, Mira investiu numa plataforma elevatória e num conjunto de varas extensíveis que permitem injetar os ninhos “com inseticida de efeito ativo para voadoras e larvas”, com espetro de ação de longa duração. “Em termos de segurança, o município realizou um investimento considerável em fatos de proteção específicos para o exercício desta atividade, tendo disponibilizado ainda aos seus colaboradores possibilidades formativas na aplicação de fitofármacos e sobre a vespa velutina”, refere o autarca.

A estratégia tem sido, desde o início, de deteção e exterminação dos ninhos no próprio dia, ou num prazo máximo de 24 horas. Ninhos dentro de imóveis são considerados como “situação como prioridade extrema”, sendo imediatamente destruídos.

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Da partilha de experiências e conhecimentos, começa-se a chegar a um outro paradigma que vai para além da intervenção de extermínio de ninhos. A captura de vespas fundadoras e de vespas obreiras, utilizando armadilhas, é outra iniciativa que, em situações de avistamentos, os serviços estão a intervir, com a construção e colocação de armadilhas”, refere a autarquia.

Mira pretende espalhar estas armadilhas por todo o concelho, com a ajuda da comunidade escolar, como tem sido feito noutros concelhos, como a Mealhada, onde os alunos estão envolvidos num projeto de construção de pequenas ratoeiras para as vespas velutinas.

A vespa velutina é uma espécie asiática característica de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal. A velutina distingue-se da espécie europeia Vespa crabro pela coloração do abdómen, que é predominantemente de cor preta, ao contrário da europeia, onde prevalece a cor amarela.

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas. A vespa asiática constitui também uma ameaça para a saúde pública, reagindo modo bastante agressivo quando sem tem os ninhos ameaçados, “incluindo perseguições até algumas centenas de metros”.