As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram 2,7% em agosto face ao mês homólogo e agravaram para 1,1% a quebra acumulada desde início do ano, somando 3.569 milhões de euros, divulgou esta quinta-feira a associação setorial.

Este recuo segue-se ao bom desempenho registado em julho, que foi “o melhor julho desde 2002” (com um crescimento de 3,4% face ao período homólogo), mas que ainda assim não tinha sido suficiente para compensar os resultados negativos de junho, em que as exportações de têxteis e vestuário sofreram uma diminuição homóloga mensal de 12,6%, situando-se nos 0,9% a quebra acumulada nos primeiros sete meses do ano.

Num comunicado emitido após a divulgação pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) das Estatísticas do Comércio Internacional relativas a agosto, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) aponta o vestuário de malha, os outros artigos têxteis confecionados e as matérias-primas de algodão como “os produtos que mais comprometeram” o desempenho do setor no período.

O vestuário de malha registou uma queda absoluta de 49 milhões de euros até agosto, ou seja, -3,2%, “sendo aquele que causa maior impacto devido ao seu peso de 41% do total das exportações do setor”.

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Já os outros artigos têxteis confecionados, entre os quais se incluem alguns têxteis para o lar, caíram 13 milhões de euros (-3,1%), tendo um “impacto direto no resultado global do setor”, já que esta categoria de produtos representa 12% do total das exportações.

Quanto às matérias-primas de algodão, incluindo fios e tecidos, registaram uma quebra de 12 milhões de euros até agosto, recuando 10,6% face ao período homólogo.

Em sentido inverso, a ATP destaca os resultados positivos das exportações de vestuário em tecido (acréscimo de 25 milhões de euros no período; +3,9%) e das exportações de pastas, feltros e artigos de cordoaria (acréscimo de 19 milhões de euros; +10,9%).

No que se refere às importações, em agosto registaram também uma quebra homóloga de 3,6%, mas mantêm-se em terreno positivo no acumulado dos primeiros oito meses do ano: mais 3% do que em 2018, num total importado de 2.883 milhões de euros.

De acordo com a associação, os produtos acabados (vestuário e têxteis confecionados, incluindo têxteis para o lar) representam 58% do valor importado e estão em crescimento, tendo as importações de vestuário aumentado 6,5%.

Analisando as importações de matérias-primas, que estão globalmente em queda (-1%), a ATP destaca a quebra de 13% verificada nas importações de matérias-primas de algodão, incluindo fios e tecidos, correspondente a menos 50 milhões de euros, o que faz desta a categoria de produtos com o maior recuo em termos absolutos.

Por outro lado, refere o aumento das importações de matérias-primas de fibras têxteis vegetais (+38%; +14 milhões de euros), de filamentos sintéticos ou artificiais (+3,2%; +7,7 milhões de euros) e de fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (+2%; mais quatro milhões de euros), apontando uma notória “substituição do tipo de fibras utilizadas em detrimento do algodão”.

Até agosto, o saldo da balança comercial dos têxteis e vestuário foi de 685 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 124%.