O autor do ataque a uma sinagoga e a um restaurante turco em Halle, no leste de Alemanha, admitiu que teve uma motivação antissemita no seu ato, anunciou esta sexta-feira o gabinete do procurador público de Karlsruhe.

Stephan Balliet, de 27 anos, “fez uma confissão completa (…). Ele confirmou a sua motivação antissemita e de extrema-direita” durante um interrogatório “muito longo” de um juiz, segundo um porta-voz da procuradoria.

Ao final da manhã de quarta-feira, o atacante tentou entrar na sinagoga de Halle, onde se encontravam 51 fiéis para assinalar o Yom Kipur, o maior feriado religioso judaico. Não tendo conseguido, o homem começou a disparar de forma indiscriminada na rua, matando um transeunte, tendo depois atirado contra os clientes que estavam num estabelecimento de comida turca de ‘take-away’, onde matou um homem.

Um suspeito também lançou pelo menos duas granadas de mão, uma contra um cemitério judeu junto da sinagoga e outra contra o estabelecimento de comida.

Num vídeo publicado por uma plataforma de streaming, negou a existência do Holocausto e atacou os judeus. O atacante também publicou na internet um “manifesto” no qual expressa as suas opiniões antissemitas. Os judeus alemães criticaram a proteção inadequada das sinagogas e locais de culto. O governo da chanceler Angela Merkel prometeu, na quinta-feira, reforçar essa proteção.

A comunidade judaica alemã está a crescer na Alemanha, 75 anos após o Holocausto, graças à chegada desde o início dos anos de 1990 de muitos judeus da ex-União Soviética. Hoje, são cerca de 225.000 no país.

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