O presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, admitiu este sábado que provavelmente será impossível a nova Comissão Europeia tomar posse na data prevista, a 1 de novembro, podendo o processo ser adiado para o início de dezembro.

“O Parlamento está empenhado num mecanismo transparente. Agora, outros três comissários deverão ser propostos pela Roménia, Hungria e França e iremos começar no Parlamento a avaliar as suas candidaturas”, afirmou David Sassoli, citado pelas agências noticiosas italianas, durante uma reunião em Cernobbio, no norte da Itália.

“Penso que talvez não seja mais possível respeitar a data de 01 de novembro, iremos para o 1 de dezembro”, admitiu o político italiano.

A votação de confirmação no Parlamento Europeu (PE) sobre o colégio de comissários proposto pela presidente da Comissão Europeia indigitada, a alemã Ursula von der Leyen, deverá acontecer, segundo o calendário previsto, no próximo dia 23 de outubro, numa sessão plenária em Estrasburgo (França).

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No entanto, três nomes do colégio foram chumbados pelas comissões do PE durante o processo de avaliação. O último nome foi o da candidata a comissária indicada por França, Sylvie Goulard. O PE rejeitou na quinta-feira a nomeação de Sylvie Goulard como comissária europeia do Mercado Interno, com uma votação inequívoca de 82 votos contra, 29 a favor e uma abstenção.

O parecer negativo dos eurodeputados das comissões parlamentares do Mercado Interno e da Indústria prendeu-se com a recusa de Sylvie Goulard de apresentar a demissão do cargo de comissária europeia caso seja acusada no processo dos empregos fictícios de assistentes do seu partido, o MoDem, no PE, o mesmo que a levou a demitir-se do Governo francês em junho de 2017, apenas um mês após ter assumido a pasta da Defesa.

O chumbo da candidata francesa foi mais um revés para Ursula Von der Leyen, que já tinha visto a comissão parlamentar de Assuntos Jurídicos vetar a nomeação do húngaro László Trócsányi (Vizinhança e Alargamento) e da romena Rovana Plumb (Transportes), por potenciais conflitos entre os seus interesses financeiros e as suas futuras funções.

A comissária indigitada por Portugal, Elisa Ferreira, recebeu parecer favorável a 03 de outubro. A política, a quem a presidente eleita da nova Comissão Europeia atribuiu a pasta da Coesão e Reformas, foi aprovada “tecnicamente” por unanimidade por todos os grupos da comissão parlamentar de Desenvolvimento Regional.

Ao ter recebido a luz verde dos eurodeputados, Elisa Ferreira torna-se a primeira mulher portuguesa a integrar o executivo comunitário desde a adesão de Portugal à comunidade europeia (1986).