De acordo com a agência Associated Press (AP), uma manifestação pacífica em Kowloon, em Hong Kong, juntou este sábado apenas alguns milhares de pessoas, que gritavam palavras de ordem, enquanto enfrentavam chuvas fortes. Os protestos continuam a decorrer, mas agora com uma menor adesão face às manifestações não autorizadas, que foram realizadas nas últimas semanas, foi anunciado este sábado.

Por outro lado, junto à sede da polícia na ilha de Hong Kong, cerca de 200 pessoas, muitas delas aposentadas, também se reuniram, não se tendo registados incidentes. Na quinta-feira, o Departamento de Segurança do Governo de Hong Kong informou que quase um terço dos manifestantes detidos durante os protestos que ocorrem na cidade há quatro meses tem menos de 18 anos.

O secretário-chefe da Administração, Matthew Cheung, referiu numa conferência de imprensa que, dos 2.379 detidos, desde junho, 750 tinham menos de 18 anos e 104 tinham menos de 16 anos.

Cheung avaliou esses dados como “chocantes” e “sombrios”, e pediu aos pais e professores que apelassem aos jovens “para que não participassem em nenhum ato ilegal ou violento” e ficassem “longe dos cordões policiais”, de forma a evitarem “situações perigosas”.

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Os protestos, que se tornaram massivos em junho após uma controversa lei de extradição proposta, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.

Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as táticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.

No passado domingo, a polícia de Hong Kong lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras.

Dezenas de milhares de pessoas desfilaram, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.

Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde 05 de outubro, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.

A medida, anunciada em 04 de outubro, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.