O Presidente dos EUA saiu este sábado em defesa do seu advogado Rudolph Giuliani, que está profundamente envolvido no caso ucraniano que levou ao inquérito de destituição de Donald Trump, no Congresso.

Rudy Giuliani está a ser investigado pelo procurador federal de Nova Iorque, segundo a edição deste sábado do jornal The New York Times, que cita duas fontes que relatam as suspeitas de que o advogado de Trump tenha violado leis destinadas a impedir países estrangeiros de influenciar a política nacional.

“Então agora estão agora a atacar o lendário ‘caçador de crime’ e o melhor presidente de Câmara da história de Nova Iorque, Rudy Giuliani”, escreveu este sábado Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter.

“Por vezes, ele pode parecer um pouco áspero, mas também é boa pessoa e um advogado maravilhoso. Há uma caça às bruxas enviesada nos Estados Unidos. Deep State. Vergonhoso”, queixou-se o Presidente Republicano. A referência ao deep state diz respeito a uma teoria da conspiração que afirma que as várias forças não-eleitas do sistema, como os serviços de informação e as chefias militares, realizam ações para colocar em causa o Governo eleito ou para o orientar na direção que pretendem — e que tem sido divulgada por alguns apoiantes de Trump, que consideram ser esse o caso atualmente, classificando a abertura do processo de impeachment como um embuste.

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Rudy Giuliani, 75 anos, advogado pessoal do Presidente dos EUA, tem estado envolvido desde o primeiro momento no caso ucraniano, que levou a maioria Democrata na Câmara dos Representantes a iniciar um inquérito para a destituição de Donald Trump.

Rudy Giuliani: o homem que limpa os erros que Trump quer esconder

Trump é acusado de ter abusado das suas funções por ter tentado pressionar o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a investigar as atividades junto de uma empresa ucraniana por parte do filho de Joe Biden, ex-vice-Presidente e atual adversário político do Presidente norte-americano.

A situação de Giuliani ficou ainda mais comprometida quando foi conhecida, na quarta-feira, a detenção de dois empresários muito próximos do advogado de Trump (um de nacionalidade ucraniana e outro bielorrusso), acusados de violarem a lei de financiamento de campanhas.

De acordo com a acusação, Lev Parnas e Igor Fruman prometeram angariar fundos para um funcionário eleito pelo Congresso, pedindo-lhe para convencer o Governo dos EUA a retirar do seu posto a então embaixadora dos EUA na Ucrânia Marie Yovanovitch, que estava a questionar a forma de pedir ao Governo ucraniano ajuda nas investigações ao filho de Joe Biden.

No telefonema de 25 de julho com o Presidente ucraniano, que provocou o inquérito para destituição, Trump criticou a embaixadora, que esta semana disse ter sido afastada por falta de confiança política.

Donald Trump disse sexta-feira que não conhecia os empresários detidos, aconselhando os jornalistas a fazerem perguntas sobre eles junto do seu advogado Rudolph Giuliani.