O candidato presidencial e atual Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, disse este domingo, num comício em Lisboa, que o maior combate político do seu país é garantir que o dinheiro do Estado vá para os cofres estatais.

“Foi um combate sério, o combate ao tráfico de droga na Guiné-Bissau (…), mas sobretudo, a forma como o dinheiro público não vai para os cofres do Estado é que é o maior problema e o maior combate político na Guiné-Bissau”, afirmou José Mário Vaz, num comício a que os seus apoiantes preferiram chamar de encontro com a comunidade guineense em Portugal.

Num discurso em crioulo, que começou mais de três horas depois do previsto, José Mário Vaz apelou ao regresso dos emigrantes à Guiné-Bissau, “sem medo”, e prometeu “paz, tranquilidade, estabilidade e liberdade” caso continuasse à frente dos destinos do país.

No auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, onde algumas centenas de emigrantes guineenses, vários trazidos de autocarro para o local, o ouviram, o atual Presidente da República da Guiné-Bissau disse que há quem chame ao desvio de dinheiro do Estado “corrupção”, mas de uma forma “mais suave” preferiu falar de “dinheiro do Estado no cofre do Estado”. Porém, acrescentou: “se o dinheiro do Estado não vai no cofre do Estado, mão na lama funciona”.

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Três candidatos às presidenciais da Guiné-Bissau estiveram este domingo em Lisboa em ações de campanha junto da comunidade guineense.

José Mário Vaz, atual Presidente, que concorre para a sua reeleição, Domingos Simões Pereira, antigo primeiro-ministro e candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, também antigo primeiro-ministro, acompanhado de Braima Camará, líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) que o apoia, apresentaram, assim, hoje, as suas propostas, na capital portuguesa, local de maior concentração de emigrantes guineenses.

Domingos Simões Pereira falou para centenas de emigrantes guineenses praticamente num local muito perto do seu adversário político, José Mário Vaz, no auditório da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Também este domingo, num comício popular num bairro da Amadora, nos arredores de Lisboa, Umaro Sissoco Embaló disse que se for eleito Presidente, os guineenses voltarão a ter o respeito em Portugal e sentirão o orgulho do seu país.

Perante cerca de duas mil pessoas, Umaro Embaló afirmou que consigo na Presidência da Guiné-Bissau os “guineenses terão total respeito em Portugal”. “Se eu for Presidente todos os guineenses na diáspora terão o orgulho de serem cidadãos daquele país”, observou Umaro Sissoco Embaló, candidato apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15).