Richard Huckle, inglês de 33 anos, foi encontrado morto esta segunda-feira na sua cela, na prisão de Full Suton, perto de York no norte da Inglaterra, escreve o The Telegraph. Foi condenado a 22 sentenças de prisão perpétua depois de ter sido considerado culpado de abusar pelo menos 22 crianças, embora se suspeite que o tenha feito a mais de 200. Guardas prisionais encontraram o corpo já sem vida dentro da cela, com várias marcas de facadas.

Huckle escolhia crianças entre os seis meses de idade e os 12 anos, que vivessem em condições desfavoráveis no sudeste da Ásia. Foi preso em 2016, quando regressava a Inglaterra para celebrar o Natal com a família vindo da Malásia, onde vivia. Em tribunal confessou-se culpado de abusar de 22 crianças.

Ao The Telegraph, um porta-voz da prisão onde estava encarcerado afirmou que “Richard Huckle morreu a 13 de outubro”, recusando fazer mais comentários enquanto decorresse a investigação policial.

O inglês trabalhava numa fábrica de telemóveis antes de se ter mudado para a Malásia onde se fazia passar por fotografo, filantropo ou professor para se infiltrar numa comunidade cristã e abusar de várias crianças. Numa das várias visitas ao Camboja, publicou na internet imagens explícitas de uma criança de três anos que pertencia à família que o acolheu.

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Entre 2011 e 2014 Richard Huckle viveu permanentemente na Malásia onde frequentou a Universidade de Kuala Lumpur e alegava trabalhar como fotógrafo freelancer. Mas não foi só neste período que praticou os crimes de abuso de crianças; na verdade foi considerado provado em tribunal que os crimes se iniciaram em 2006. Foi finalmente preso em 2014, nessa altura as autoridades descobriram que estaria a compilar um “manual para pedófilos”, segundo um outro artigo do jornal de língua inglesa.

O inglês, natural de Ashford, visitava vários sites  na darkweb onde publicava e vendia fotos e vídeos dos seus feitos a terceiros, a troco de Bitcoin, tendo mesmo chegado a escrever que “crianças pobres eram mais fáceis de seduzir que as de classe média do ocidente”, e que teria”acertado no jackpot” depois de descobrir “uma rapariga de três anos tão leal como um cão”.

Foi através da internet que a polícia australiana apanhou Huckle. Uma operação à darkweb resultou na prisão de um australiano que detinha o servidor de uma página dedicada a pornografia e abuso de crianças — “The Love Zone”. Através da página foram capazes de identificar um dos utilizadores mais ativos e particularmente agressivo, Richard Huckle.

O caso, que se tornou público em 2016, teve o apoio dos pais de Richard Huckle, que quando o confrontaram das acusações transmitiram à polícia a sua confissão.

Este não é o primeiro assassinato nesta prisão em Inglaterra que viu em 2011 um condenado por assassinato de crianças, Colin Hatch, morrer estrangulado por outro prisioneiro.