A Câmara de Lisboa vai discutir na quinta-feira alterações ao acordo para a realização da Web Summit, entre as quais o pagamento de mais 4,7 milhões de euros e o adiamento da expansão da FIL para 2022.

A proposta, à qual a agência Lusa teve acesso, é assinada pelo vereador Miguel Gaspar (PS), que passa a assumir os pelouros da Economia e da Inovação, até agora responsabilidade do presidente da Câmara de Lisboa, e será discutida em reunião privada do executivo, nos Paços do Concelho.

Em causa está a ratificação do acordo para a organização e realização da cimeira tecnológica Web Summit na cidade de Lisboa, entre 2019 e 2028, celebrado entre o Estado, a Câmara de Lisboa e a Connected Intelligence Limited (empresa que organiza o evento) em 5 de novembro de 2018.

Este acordo “prevê a expansão da área expositiva para 90 mil metros quadrados, no total, e um faseamento que permita o crescimento do evento enquanto isto não ocorrer”, tendo sido agora acordado com a organização “uma adenda ao contrato inicial que prevê, uma vez que ainda decorrem negociações para a expansão”, um adiamento desta expansão, inicialmente prevista para 2021, para 2022, explica fonte oficial da Câmara de Lisboa numa resposta escrita enviada à Lusa.

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“Em relação ao faseamento, inicialmente previa-se 13.000 m2 para 2019 através da construção na FIL [Feira Internacional de Lisboa] dos interstícios (fecho dos espaços entre pavilhões da FIL) e 18.000 m2 em espaços provisórios (tendas). Com esta adenda, de 2019 até 2022, serão disponibilizados no máximo 31.000 m2 de áreas, sejam elas de natureza provisória (tendas) ou definitiva (pavilhões construídos)”, acrescenta a mesma fonte.

Na proposta que vai a votos na quinta-feira, a autarquia defende que o aumento de infraestruturas para atrair grandes eventos e congressos “não deverá estar circunscrito ao espaço da FIL, sendo a todos os títulos benéfico possibilitar outras soluções, como a construção de um novo equipamento, caso essa opção demonstre ser viável”.

Neste sentido, acrescenta o documento assinado por Miguel Gaspar, “decorreu um longo processo negocial com a CIL (entidade organizadora da Web Summit) tendente à alteração do acordo inicial, no sentido de flexibilizar o teor das obrigações assumidas pelo município quanto ao local da expansão, incluindo o adiamento da data de conclusão da obra de expansão (que passa para outubro de 2022)”.

Além disso, uma vez que “as obras de expansão do recinto não se encontram ainda implementadas” é “necessário disponibilizar os espaços necessários à realização do evento, ainda que de natureza temporária” para “assegurar a edição deste ano”, implicando a transferência de 4,7 milhões de euros para a Associação de Turismo de Lisboa, além dos três milhões que a autarquia tem de pagar anualmente para a realização do evento.

“Perante a necessidade de assegurar a cedência, disponibilização dos espaços necessários à realização do evento e dos serviços de Wi-Fi/ICT, a Associação Turismo de Lisboa – uma das entidades signatárias do acordo para organização do evento Web Summit supracitado – submeteu candidatura ao Fundo Desenvolvimento Turístico de Lisboa (FDTL) para este efeito, a qual foi objeto de parecer favorável pelo Comité de Investimentos”, reforça a Câmara de Lisboa na proposta.

Os 4,7 milhões de euros são relativos ao aluguer de espaços (FIL e Altice Arena), às tendas provisórias para garantir as áreas de exposição que a organização necessita e a aquisição de logística de comunicação (wi-fi de última geração, crucial para a realização de um evento desta natureza)”, complementa a autarquia à Lusa.

O município sublinha ainda que “estes são compromissos que respondem às necessidades da Web Summit e que na candidatura de Lisboa ao evento foram também assumidas por outras cidades concorrentes”.

O acordo para a manutenção da Web Summit em Lisboa prevê um investimento público anual de, pelo menos, 11 milhões de euros pelo período de 10 anos, dos quais três milhões serão atribuídos pelo município lisboeta.