O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, instado pelos países ocidentais a suspender a sua ofensiva na Síria, excluiu esta quarta-feira qualquer negociação com as forças curdas e exigiu que estas deponham as armas e se retirem da fronteira turca.

“Alguns dirigentes tentam realizar uma mediação. Nunca na história da república turca houve algo como sentar-se à mesma mesa com uma organização terrorista“, declarou Erdogan num discurso perante o grupo parlamentar do seu partido no poder. “Não procuramos um mediador, não precisamos dele”, insistiu.

A Turquia lançou na semana passada uma ofensiva no nordeste da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliada dos ocidentais no combate aos jihadistas do grupo Estado Islâmico, mas considerada terrorista por Ancara.

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O objetivo da operação é criar uma “zona de segurança” de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco. “A nossa proposta é a seguinte: imediatamente, hoje à noite, que todos os terroristas deponham as suas armas e equipamentos, destruam todas as suas fortificações e se retirem da zona de segurança que estabelecemos”, declarou Erdogan. “Logo que o que descrevemos for feito, de Minbej à fronteira iraquiana, a nossa operação ‘Fonte de Paz’, que apenas visa os terroristas, terminará por si mesma”, adiantou.

As declarações acontecem quando Ancara está sob pressão dos Estados Unidos, que a exortam a acabar com a operação militar em solo sírio.

O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, devem encontrar-se na quinta-feira com os dirigentes turcos para os convencerem a negociar um cessar-fogo.