O número de vítimas civis no Afeganistão atingiu no terceiro trimestre de 2019 “um número sem precedentes”, anunciou esta quinta-feira a ONU, ao considerar a violência “totalmente inaceitável”.

Cerca de 1.174 civis foram mortos e 3.139 feridos entre 1 de julho e 30 de setembro, indicou a Missão da ONU no Afeganistão (Manua) no seu relatório trimestral. Segundo a organização, “trata-se do maior número de vítimas civis registado (…) no decurso de um único trimestre” desde 2009.

O mês de julho registou o maior número de vítimas, com 425 mortos, e após a Manua ter iniciado em 2009 a contagem sistemática de perdas civis.

Para os nove primeiros meses de 2019, a Manua registou 2.563 civis mortos, dos quais cerca de metade (41%) são mulheres (261 vítimas) e sobretudo crianças (631 mortes).

O ano corrente ficou assinalado por uma campanha eleitoral sangrenta para a eleição presidencial de 28 de setembro, e o prosseguimento dos combates que opõe os talibãs às forças governamentais.

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Segundo a Manua, o aumento do número de vítimas no terceiro trimestre “deve-se sobretudo às perdas civis provocadas por elementos antigovernamentais”.

Os ataques suicidas ou de explosivos provocou cerca de 42% dos mortos e feridos. As perdas motivadas pelos combates surgem de seguida (29%), seguidos por ataques aéreos (11%), que apenas são concretizados pelas forças governamentais ou norte-americanas.

“As vítimas civis são totalmente inaceitáveis, em particular tendo em conta o facto largamente aceite de que não existe solução militar para o conflito”, disse Tadamichi Yamamoto, representante das Nações Unidos para o Afeganistão.