A Câmara Municipal de Lisboa aprovou na quinta-feira à noite, por unanimidade, uma moção que pede ao Governo que disponibilize casas a preços acessíveis para os professores de fora que são colocados na capital. Em causa está o facto de haver professores que não estão a aceitar horários em distritos como Lisboa, Setúbal ou Faro devido ao aumento do preço das rendas, fazendo com que ainda haja cerca de duas mil turmas sem professores.

Ciente de que “Lisboa é o concelho com o preço médio de arrendamento habitacional mais elevado do país”, como se lê na moção, a autarquia insta assim “o Governo a disponibilizar alojamento a preço acessível (isto é, que não exceda os 30% do rendimento base) aos docentes que residam fora da área metropolitana de Lisboa e sejam colocados em estabelecimentos da área do Município de Lisboa”.

A moção é oriunda do gabinete do vereador bloquista Manuel Grilo, que tem os pelouros da Educação e Direitos Sociais e que já foi dirigente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, e, como avança o jornal Público e o Expresso, foi aprovada por unanimidade. A câmara não tem responsabilidades sobre a colocação dos professores, sendo essa competência do Ministério da Educação, mas tem margem para atuar sobre os preços de arrendamento na cidade. É aí que a autarquia quer sensibilizar o governo.

A questão é que para muitos professores do norte do país, o valor a pagar pela renda de uma casa em Lisboa ou no Algarve acaba por não compensar a deslocação. “As baixas remunerações associadas aos preços das casas, sem a atribuição de qualquer complemento para o efeito, tornam impossível para estes/as profissionais aceitar as colocações e fazer face às despesas de deslocação”, lê-se no texto da moção, a que o Observador teve acesso.

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