Dois veleiros de navegação robotizada vão medir, durante os próximos quatro meses, a pegada das mudanças climáticas no oceano Atlântico e irão passar pela Madeira e Cabo Verde.

A Plataforma Oceânica de Canarias (PLOCAN) libertou hoje na costa de Gran Canaria dois veleiros autónomos, carregados com todo o tipo de sensores científicos, que vão recolher dados acerca da acidificação das águas, que provoca a crescente presença de dióxido de carbono na atmosfera, relatou esta sexta-feira a agência Efe.

Os navios seguem agora para Cabo Verde e mais tarde irão rumar em direção à Madeira. Esta recolha de dados faz parte da experiência Atl2Med (do Atlântico ao Mediterrâneo) que envolve 12 instituições científicas de Portugal, Alemanha, França, Bélgica, Finlândia e Espanha, projeto em que participa o Instituto Hidrográfico de Portugal.

Os dois veleiros são ‘drones’ marinhos, com capacidade para navegar tanto de forma autónoma como pilotada via satélite desde o centro de controlo em Alameda, na Califórnia, a quase 9.500 quilómetros do lugar de onde foram lançados, na costa este de Gran Canaria.

A sua resistência foi provada há apenas dois meses: os dois veleiros contornaram a Antártida e viajaram quase 22.000 quilómetros no caminho de volta à base nos Estados Unidos da América.

“O objetivo desta missão é recolher informação acerca do dióxido de carbono na água e da acidificação do oceano. O outro objetivo é estudar as correntes da costa, em âmbitos que têm a ver com a temperatura da água na atmosfera e também com a acidificação e a biologia da água”, explicou uma das operadoras dos navios robotizados, Katie Cornetta.

“Vão-se medir muitas coisas, mas o parâmetro principal é o CO2. Entender como funciona é um dos problemas chave para estudar as alterações climáticas”, acrescentou o diretor da Plataforma Oceânica de Canarias, Octavio Llinás.

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