Os resultados das eleições de 6 de outubro e “as prioridades de intervenção na legislatura que agora começa” vão estar em discussão na reunião de sábado da Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções.

A Mesa Nacional bloquista é a primeira depois das últimas eleições legislativas, nas quais o BE se consolidou como a terceira força política, manteve o grupo parlamentar de 19 deputados, mas perdeu quase 51 mil votos em relaçao a 2015, baixando para a marca dos 9,52% de acordo com os resultados provisórios.

Fonte oficial do BE adiantou à agência Lusa que a reunião do órgão máximo entre convenções vai “analisar a situação política e os resultados das eleições legislativas”, discutindo ainda “as prioridades de intervenção na legislatura que agora começa”.

Os resultados das eleições legislativas mostram que o Bloco é hoje um partido socialmente enraizado, com expressão mais uniforme em todo o país, que se baterá pelos compromissos que assumiu nas eleições: recuperar salários e pensões, reforçar os serviços públicos e responder à emergência climática”, apontou a mesma fonte.

A habitual conferência de imprensa que a coordenadora do BE, Catarina Martins, deverá dar a seguir à reunião da Mesa Nacional será a primeira intervenção da líder bloquista depois de há uma semana ter lamentado a decisão do PS de não continuar com o modelo da ‘geringonça’, considerando então que os socialistas estavam “a recusar um modelo que deu provas de resistência face a turbulências políticas”.

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As declarações de Catarina Martins surgiram depois do secretário-geral socialista e primeiro-ministro indigitado, António Costa, ter defendido na Comissão Política Nacional do PS que não faria qualquer acordo escrito de legislatura com outras forças parlamentares, apesar de pretender que a metodologia de trabalho adotada nos últimos quatro anos se mantenha com os parceiros.

Esta reunião do PS aconteceu um dia depois de uma ronda de encontros entre a equipa negocial socialista, liderada por António Costa, e os partidos de esquerda Livre, PEV, PCP e BE e também o PAN.

À saída da sede do BE, no último encontro dessa jornada, o líder socialista afirmou então que os dois partidos iriam ter nos próximos dias reuniões para avaliar se há condições de convergência que permitam um acordo de legislatura entre as duas forças políticas.

Já esta semana, fonte socialista adiantou à agência Lusa que o PS pretende ter reuniões com todas as forças parlamentares de esquerda e PAN e sobre o programa do Governo antes de este documento ser entregue na Assembleia da República.

No final da semana passada, em conferência de imprensa, o líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Duarte Cordeiro, tinha referido que, para a última terça-feira, estaria prevista uma reunião com o BE que acabou por ser cancelada.

Logo na noite eleitoral, em 6 de outubro, a coordenadora do BE manifestou a disponibilidade do partido para negociações com o PS com vista a uma “solução de estabilidade” para a legislatura ou, caso esta não acontecesse, “negociações ano a ano para cada orçamento”.