José Sócrates, arguido na Operação Marquês, pretendia ser interrogado após a inquirição das suas testemunhas, os ex-ministros Mário Lino, Maria de Lurdes Rodrigues e António Mendonça, mas o juiz de instrução recusou.

Num requerimento apresentado pela sua defesa, o ex-primeiro-ministro requereu a alteração da ordem de inquirição das suas quatro testemunhas, os três antigos ministros e Raul Vilaça e Moura, que foi presidente do júri do concurso das PPP da RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) do troço Poceirão/Caia, tendo pedido que estas fossem depor nos dias 28 e 29 de outubro, dias reservados pelo tribunal para o seu interrogatório, passando ele para os dias 25 e 26 de novembro.

Contudo, na quinta-feira o juiz de instrução Ivo Rosa negou o pedido, alegando que, nesta fase, não via qualquer utilidade na ordem de produção de prova sugerida pelo arguido, mantendo-se assim o interrogatório de José Sócrates no dia 28, e, caso seja necessário nos seguintes.

Justificando uma melhor organização do tribunal e pela necessidade de preparação do testemunho do arguido Carlos Santos Silva, agendado para o dia 27 do próximo mês, o juiz decidiu adiar a inquirição das quatro testemunhas para os dias 2 e 3 de dezembro, já que Maria de Lurdes Rodrigues estava impedida de comparecer no dia 25 de novembro.

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Sócrates pediu para Maria de Lurdes ser ouvida nesta fase processual alegando que era ministra da Educação na altura do projeto Parque Escolar e que tem conhecimento dos factos relacionados com as obras adjudicadas.

O Ministério Público acusa o ex-primeiro-ministro de ter feito um acordo com o seu amigo Carlos Santos Silva para favorecer empresas do grupo Lena nessas obras. O debate instrutório, fase pública, está marcado para 27, 28, 29 30 e 31 de janeiro de 2020, no Campus de Justiça de Lisboa.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos, entre os quais o ex-primeiro-ministro, o banqueiro Ricardo Salgado, o empresário e amigo de Sócrates Carlos Santos Silva e altos quadros da Portugal Telecom e está relacionado com crimes de corrupção, ativa e passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal.