Quando defrontou o Bolonha na segunda volta da Serie A na temporada transata, na ressacada de uma derrota frente ao Atl. Madrid que colocava em risco a continuidade na Liga dos Campeões, Cristiano Ronaldo jogou, fez os 90 minutos mas terminou a partida com uma das exibições mais apagadas da época, na vitória pela margem mínima garantida com um golo do suplente Dybala aos 67′. Curiosamente, nesse mesmo dia cumpriam-se 18 anos da estreia a marcar do avançado pela Seleção. E essa sim é a regra, não a exceção.

Como CR1 chegou a CR700: 444 golos de pé direito, mais de 150 adversários, 21 competições e cinco equipas

Pouco depois desse encontro em Bolonha, o internacional português ficou também em branco diante do Nápoles e não saiu do banco frente à Udinese. Apenas no arranque dessa temporada de 2018/19 Ronaldo tinha ficado três encontros consecutivos sem marcar mas a fome virou mesmo fartura: nas três partidas seguintes, todas a contar para a Liga dos Campeões, o avançado conseguiu o impossível virando a eliminatória ante o Atl. Madrid com um hat-trick e marcando nos dois jogos com o Ajax (apesar da eliminação da Juventus). Esse é um dos segredos da longevidade do jogador cinco vezes Bola de Ouro até aos 34 anos. E não ficará por aqui.

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Depois de ter chegado aos 700 golos frente à Ucrânia, numa partida que acabou com a derrota de Portugal por 2-1, Ronaldo foi homenageado antes da receção ao Bolonha a contar para a Serie A, onde a Juventus entrava para defender a liderança do Campeonato depois da paragem para os compromissos das seleções nacionais. E não demorou a mostrar que, com mais ou menos distinções, o maior recorde que persegue é nunca parar depois de bater mais recordes. Com isso, ficou mais perto de Ferenc Puskás na lista dos melhores marcadores de sempre: após recuperar uma bola na primeira fase de construção da defesa do Bolonha, o capitão da Seleção superou um adversário e rematou rasteiro para inaugurar o marcador aos 18′.

A Juventus estava em vantagem, tinha tudo para aumentar o avanço e gerir depois o encontro com o resultado do seu lado tendo em vista o encontro da próxima terça-feira com o Lokomotiv Moscovo para a Liga dos Campeões mas acabou por consentir o empate apenas oito minutos depois, por intermédio do experiente central brasileiro Danilo. Voltava tudo à estaca zero (ou um) e assim se chegaria a intervalo, com o domínio a pertencer sempre aos visitados mas com a igualdade a manter-se para deixar tudo em aberto para o segundo tempo.

O conjunto de Maurizio Sarri voltou apostado em passar de novo para a frente, teve uma grande oportunidade por Cristiano Ronaldo travada com nota artística por Skorupski (53′) mas chegou mesmo ao 2-1 por Pjanic num lance no mínimo caricato onde vários jogadores foram caindo sem que a bola saísse da zona perto da área do Bolonha, o português ainda teve um brinde mas acertou mal na bola e Pjanic rematou de forma certeira (54′). Higuaín e Ronaldo ainda teriam mais chances para aumentar a vantagem da Juventus mas seriam os visitantes a terem o último lance de (muito) perigo e já nos descontos, quando Buffon viu primeiro a bola acertar no ferro antes de fazer uma defesa que segurou a vitória, três pontos e o reforço da liderança.

Quanto a Ronaldo, ficou o registo do quarto golo em sete jogos da Serie A e a aproximação ao registo de Ferenc Puskás, o quinto melhor marcador de sempre. E se também com essa chegada ao top5 dos mais eficazes de sempre receber uma camisola como a que lhe foi oferecida pelo golo 700, há uma outra que poderá começar a ser preparada ainda para a presente temporada porque Gerd Müller já se encontra “apenas” a 20 golos…