Uma vez Flamengo, sempre Flamengo
Flamengo sempre eu hei de ser
É meu maior prazer vê-lo brilhar
Seja na terra, seja no mar
Vencer, vencer, vencer!
Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!

Na regata, ele me mata
Me maltrata, me arrebata
Que emoção no coração!
Consagrado no gramado
Sempre amado, o mais cotado
Nos Fla-Flus é o Ai, Jesus!

Eu teria um desgosto profundo
Se faltasse o Flamengo no mundo
Ele vibra, ele é fibra
Muita libra já pesou
Flamengo até morrer eu sou!

No final do encontro frente ao Fortaleza, a pergunta de um jornalista da Globo fez com que Jorge Jesus abrisse o livro na conferência. Neste caso, as perguntas: a primeira sobre a possibilidade de rodar jogadores no dérbi com o Fluminense que antecede a segunda mão da meia-final da Taça dos Libertadores com o Grémio e a segunda sobre se sabia o significado da expressão “Ai Jesus” no hino do Flamengo (aqui supracitado).

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“Sobre o hino do Flamengo sei, já estive a ler um pouco do refrão mas o Ai Jesus… O que é um ‘Ai Jesus’… A gente diz em Portugal ‘Ai Jesus, salvaste-me’… Não sei se aqui quer dizer a mesma coisa, não faço a mínima ideia… Em relação ao dérbi com o Fluminense, esse jogo não tem influência nenhuma no outro em termos emocionais, pode ter na parte física. Nenhum resultado vai ter influência psicológica negativa. A grande diferença no Campeonato é o Flamengo, que joga para ganhar o Campeonato e para ganhar a Taça dos Libertadores”, referiu.

“Comigo, o Flamengo faz rotatividade mas não faz aquilo que vocês dizem do time reserva… Isso não existe, nem comigo nem com nenhum treinador na Europa, é impossível. Vamos ver como estão alguns jogadores, o nosso departamento fisiológico vai dar as indicações, não jogar só mesmo se estiver em risco de lesão. Uma vez já usei uma expressão num jogo que utilizamos muito em Portugal de um treinador que é o Quinito que diz assim: ‘Neste momento, o Flamengo tem de pôr a carne toda no assador, se queimar, queimou, mas tem de estar toda no assador”, acrescentou, recordando um dos chavões mais vezes ouvido no futebol nacional.

Meu dito, meu feito: entre os habituais titulares, e com Rafinha ainda a recuperar de lesão (Arrascaeta vai ficar mais tempo de fora, Diego está agora a voltar mas ainda sem ritmo de competição), só William Arão começou o encontro no banco de suplentes, entrando no decorrer da segunda parte para gerir a vantagem do Fla diante do Fluminense; de resto, tudo chamado, tudo a 100% e tudo com o pé no acelerador, algo que acabou por fazer a diferença naquela que foi a 13.ª vitória nos últimos 14 encontros do Campeonato (2-0).

Segredos? Serão muitos. Mas há um menos escondido do que outros: Jorge Jesus. Na véspera, Anderson Lima, antigo jogador de Grémio ou Santos, comentou no programa “Resenha ESPN” que o mérito era da qualidade do plantel do Flamengo: “A equipa é tão boa que o treinador só tem de distribuir as camisolas. É só uma questão de encaixar uma peça ou outra. Não é que o trabalho não esteja a ser bom, mas ter um plantel assim facilita”. A resposta, essa, veio do jornalista Mauro Cézar, também da ESPN: “As declarações apenas comprovam ou reforçam a tese (óbvia até) de que ter jogado futebol profissionalmente não garante a um ser humano a capacidade de compreendê-lo e analisá-lo”. Mais do que ser tema em quase todos os programas televisivos no Brasil, Jesus ganhou uma legião de seguidores que se tornou transversal. E percebe-se porquê.

Entre o recorde de vitórias consecutivas do Flamengo em jogos do Campeonato ou o registo máximo de pontos numa prova a duas voltas com 20 equipas, Jesus tem vindo a justificar em atos as palavras que teve quando disse que iria deixa um legado no Flamengo e no futebol brasileiro, estando cada vez mais perto do título a 11 jornadas do final (tem dez pontos de avanço sobre o Palmeiras depois do empate do conjunto de São Paulo com o Athl. Paranaense e 13 do Santos, que perdeu com o Atl. Mineiro) e tendo na próxima quinta-feira (hora portuguesa, 1h30) a oportunidade de colocar o conjunto do Rio na final da Libertadores pela segunda vez.

Em relação ao dérbi, aquele Fla-Flu carregado de história, houve pouca ou nenhuma… história: com uma entrada forte no jogo quase com vontade de resolver tudo na primeira parte, Bruno Henrique (que depois do bis com o Athl. Paranaense falhou o jogo com o Fortaleza por castigo) concluiu da melhor forma um cruzamento da aposta Rodinei na lateral direita e inaugurou o marcador com apenas quatro minutos de jogo, antes de mais uma série de oportunidades com Gabriel Barbosa, Vitinho e Gerson a colocarem à prova Muriel, antigo guarda-redes do Belenenses SAD que é irmão de Alisson, do Liverpool, e regressou este ano ao Brasil.

No segundo tempo, e com o caudal ofensivo a não ter mais expressão em golos, o Fluminense ainda foi tentando sem sucesso subir linhas em busca do empate mas seria o Flamengo a sentenciar em definitivo a partida aos 66′, numa jogada de ataque rápido com Gabriel Barbosa e o recém entrado Reinier que terminou com o remate de Gerson, mais uma vez um dos melhores em campo, ainda desviado sem sucesso por um defesa dos visitantes.

Em atualização