Do drop kick de Jonny Wilkinson na final de 2003 entre Inglaterra e Austrália à surpreendente vitória de Samoa contra o País de Gales em 1991, o Campeonato do Mundo do râguebi está marcado por momentos históricos que ficarão para sempre entre os mais simbólicos em fases finais. A eles juntam-se ainda dois de dimensão diferente (a todos os níveis) mas que este domingo se cruzavam no último encontro dos quartos, entre Japão e África do Sul: por um lado, até pela presença no estádio de François Pienaar, antigo capitão dos Springboks, a entrega da taça por Nelson Mandela no título dos sul-africanos em 1995; por outro, a surpreendente vitória dos nipónicos no confronto entre ambos em 2015, naquela que ficou como uma das maiores surpresas de sempre.

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Hoje, pouca ou nenhuma história houve para contar. E essa foi a maior homenagem possível à história, como se viu na cara de orgulho de Pienaar após uma exibição categórica da África do Sul que voltou a ter outro François a comandar a equipa, François “Faf” de Klerk, com a ajuda de um inspirado Makazole Mapimpi que manteve a fantástica média de um ensaio por internacionalização desde que chegou aos Springboks. Quase 25 anos depois do primeiro de dois títulos mundiais, os africanos voltam a sonhar com a vitória final até por forma a vingarem a derrota com a Nova Zelândia nas meias-finais do último Mundial (20-18).

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Frente a uma equipa nipónica que somava por vitórias os encontros realizados até ao momento (incluindo dois triunfos com Irlanda e Escócia) mas que teve uma quebra a pique de rendimento também por mérito da defesa contrária, Mapimpi conseguiu o primeiro ensaio do jogo logo aos quatro minutos (sem conversão) antes de Yu Tamura reduzir numa grande penalidade aos 20′. O intervalo chegaria com esse 5-3 mas sem que o Japão fosse capaz de aproveitar a vantagem numérica com o amarelo a Tendai Mtawarira.

No segundo tempo, tudo foi diferente: a aposta nas penalidades de Handre Pollard foi permitindo alargar a vantagem dos sul-africanos na partida (8-3, 44′; 11-3, 49′; 14-3, 64′) antes do ensaio de De Klerk, de novo o MVP do jogo, a encerrar em definitivo a questão antes de Mapimpi fechar as contas em Tóquio em 26-3.

Desta forma, a África do Sul chega pela quinta vez às quatro melhores equipas, com um saldo repartido de duas vitórias na final (1995 e 2007) e outros tantos terceiros lugares (1999 e 2015), e defronta no próximo domingo Gales, que derrotou por um ponto (20-19) a França num encontro onde os próprios galeses admitiram que a melhor equipa em campo não tinha ganho. Na outra meia-final, quiçá o jogo mais aguardado da prova até ao momento, a Nova Zelândia defronta a Inglaterra (sábado, 9h).