O traçado alemão de Nürburgring, com 73 curvas espalhadas ao longo dos mais de 20 km de extensão, é considerado um dos mais exigentes no mundo, tanto que é utilizado para afinar e validar os melhores desportivos do mercado. Mas o anel norte do circuito germânico, o temível Nordschleife, é igualmente uma pista delicada, para não dizer perigosa, não fosse ele conhecido como o Inferno Verde desde que o tricampeão do mundo de Fórmula 1 Jackie Stewart assim o apelidou, logo a seguir a ter vencido o Grande Prémio de F1 ali disputado, em 1968.

Nürburgring conjuga zonas muito rápidas, em que os carros vão com o acelerador a fundo durante longos segundos, com curvas apertadas, descritas a baixa velocidade, como é o caso do Carrocel de Caracciola. Daí que obrigue a fortes acelerações, mas igualmente a intensas travagens, o que o torna desaconselhável para percorrer sem usar os travões. Mas foi exactamente a isto que a Mini se propôs.

O Cooper SE é o eléctrico da marca, equipado com um motor de 184 cv e uma pequena bateria com uma capacidade de 28,9 kWh, o que lhe permite uma autonomia de apenas 230 km, que a Mini considera suficiente para uma utilização em meio urbano. Mas, desta vez, o Cooper SE foi o escolhido como o carro “verde” para atacar o Inferno Verde, especificamente para mostrar o potencial dos veículos eléctricos equipados com um sistema de regeneração de energia mais forte, capaz de produzir mais electricidade quando se desacelera, aplicando um efeito similar ao travão-motor, que permite diminuir a necessidade de estar continuamente a recorrer aos travões convencionais, como aliás é típico nos automóveis eléctricos.

Para prová-lo, o Mini Cooper SE conseguiu percorrer o Nordscheleife sem que o condutor tivesse de carregar no pedal do travão, bastando-lhe acelerar nas zonas rápidas e desacelerar nas zonas mais lentas. E, se levantar o pé do acelerador com a devida antecedência, este tipo de condução é fácil de gerir, sendo a ideal para recarregar a bateria, incrementando a autonomia.

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O Cooper SE possui dois níveis de regeneração, um que garante uma desaceleração de 0,11 G, para a fase seguinte atingir 0,19 G. Contudo, nada que se compare com um sistema de travagem eficaz, que facilmente se aproxima de 1 G.

Esta visita da Mini ao circuito alemão não visou estabelecer um novo recorde, mas provar que, à semelhança de outros veículos eléctricos, como o próprio fabricante recorda, também a Mini possui a capacidade de produzir energia sempre que desacelera e os seus condutores têm de se habituar a explorar este recurso para incrementar a autonomia.