A vida e a morte estão no centro de um novo espetáculo de dança que a coreógrafa Olga Roriz vai estrear a 1 de novembro no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, anunciou esta segunda-feira a companhia da criadora.

Sob o título de “Autópsia”, a nova peça coreográfica vai estar no palco da Sala Luis Miguel Cintra, entre 1 e 3 de novembro, às 21h00, na sexta-feira e no sábado, e no domingo às 17h30.

O novo espetáculo da Companhia Olga Roriz “olha em redor e também para dentro de cada um de nós”, segundo um texto sobre a nova peça que tem direção de Olga Roriz e interpretação de André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alves, Catarina Câmara, Marta Lobato Faria e Yonel Serrano.

A coreografia quer “dissecar o mau estar” que existe no interior do ser humano, e aborda ainda a repetição, o ciclo do nascimento e da morte, tal como o dia sucede à noite.

Sobre “Autópsia”, a coreógrafa escreve: “Tudo o que amamos está prestes a morrer. Está sempre tudo prestes a morrer. A aflição vem em ondas de dor e de luto. Lá onde o corpo fica excluído da compreensão, restam os lugares abandonados. Lugares de memória abertos a outros acontecimentos, lugares de mutação à espera de uma transformada existência”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

E depois da avalanche como tudo é tão frágil! Tudo está aí à nossa frente, mas, no entanto, há histórias que não estão escritas em lado nenhum. Coisas de nada… Singularidades frustradas”, acrescenta a coreógrafa.

A conceção vídeo é de Olga Roriz e de João Rapozo, a seleção musical de Olga Roriz, João Rapozo e Bruno Alexandre, a cenografia e figurinos são também de Olga Roriz e de Ana Vaz, o desenho de luz é de Cristina Piedade. O espetáculo resulta de uma coprodução da Companhia Olga Roriz, do Município de Viana do Castelo e do São Luiz Teatro Municipal.

Em 2015, Olga Roriz assinalou 20 anos da companhia em nome próprio e 40 anos de carreira, com a apresentação da peça “Propriedade Privada” (1996), no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. O seu repertório na área da dança, teatro e vídeo é constituído por mais de 90 obras.

Criou e remontou peças para o Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Ballet Teatro Guaira (Brasil), Ballets de Monte Carlo, Ballet Nacional de Espanha, English National Ballet, American Reportory Ballet, e Alla Scala de Milão (Itália).

Nascida em Viana do Castelo, em 1955, Olga Roriz estudou ballet clássico e dança moderna com Margarida Abreu e Ana Ivanova, ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e tornou-se primeira bailarina do Ballet Gulbenkian, onde foi depois convidada a coreografar.

Em 1995, viria a criar a Companhia Olga Roriz, atualmente instalada no Palácio Pancas Palha, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.

O seu repertório na área da dança conta, entre outras, as peças “Pedro e Inês”, “Inferno”, “Start and Stop Again”, “Propriedade Privada”, “Electra”, “Os Olhos de Gulay Cabbar”, “Nortada”, “Jump-Up-And-Kiss-Me”, “Pets”, “A Sagração da Primavera”, “Antes que matem os Elefantes” e “Síndrome”.

Entre outros prémios, foi distinguida com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique (2004), Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (2008) e o Prémio da Latinidade (2012).