A Moody’s alerta que, em 12 países analisados, Portugal está entre os cinco que enfrentarão maiores pressões de crescimento decorrentes do envelhecimento da população e só uma “reviravolta sem precedentes” no aumento da produtividade poderia anular o efeito.

“O potencial de crescimento [económico] vai cair para zero ou abaixo de zero [contração da economia] em Itália, no Japão, na Grécia, em Portugal e em Espanha a partir do início dos anos 2030, a menos que uma aceleração no crescimento da produtividade compense o impacto negativo da redução das populações”, indica a Moody’s num estudo esta quarta-feira divulgado.

A agência de ‘rating’ fez uma análise de 12 países mais envelhecidos ou que serão alvo de um envelhecimento mais rápido da população nos próximos 15 anos. “Concluímos que Portugal é um dos cinco países que enfrentarão graves pressões no crescimento [económico], a menos que o crescimento da produtividade acelere”, indica a Moody’s.

As simulações da agência de notação financeira sugerem que, a partir de meados da década de 2020 em Itália, e do início dos anos 2030 no Japão, na Grécia, em Portugal e em Espanha, “o envelhecimento da população, se isolado de outras medidas que estimulem o crescimento da produtividade ou suportem o crescimento económico, fará com que o crescimento potencial desça para zero ou abaixo de zero”.

“Apesar de as reformas no mercado de trabalho e o investimento tecnológico poderem estimular o crescimento, a compensação total das contribuições negativas relacionadas com o envelhecimento da mão de obra exigiria uma reviravolta sem precedentes no crescimento da produtividade”, indica também a Moody’s.

Segundo Marie Diron, diretora-geral do grupo de risco soberano da Moody’s, citada no estudo, “apesar de as implicações nas métricas do crédito soberano se manifestarem apenas lentamente, a menos que os governos possam ajustar e implementar medidas efetivas para mitigar o impacto do envelhecimento da população, as desacelerações acentuadas no crescimento das economias, o crescimento mais lento nos rendimentos e o aumento do peso da dívida penalizarão constantemente os indicadores económicos e orçamentais” dos países.

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