“Não é uma rutura, é uma renovação. Tudo o que aprendi, aprendi com o Nelson Dona”.

É assim que a nova diretora do festival AmadoraBD, Lígia Macedo, entre os últimos preparos para que esteja tudo pronto a tempo, olha para a sua nova função, que chega após ser cumprida por Nelson Dona, durante vinte anos. O festival arranca esta quinta feira, dia 24 de outubro, e quis arrumar a casa. Com uma equipa mais pequena, que está “ainda a aprender como se faz um festival”, Lígia propôs também mudar um pouco a programação.

Este ano, por exemplo, já não vão ser expostas as obras dos vencedores da edição anterior, mas sim obras — de editores e livreiros — que foram lançadas já este ano. Ou seja, o público que vai visitar o evento a partir desta quinta-feira até dia 3 de novembro (passa de dezassete para dez dias), vai olhar para algumas obras acabadinhas de sair do forno. “É claro que sabíamos que havia um certo risco, porque alguns desses livros, como foram impressos fora de Portugal, podiam não chegar a tempo, mas está tudo bem”, garante a ex-responsável pelas relações internacionais do festival ao Observador.

Outra das novidades é o facto de o festival, este ano, não ter um tema central. “O tema são as 30 edições, é uma idade respeitável. Fazer um tema central requer bastante tempo de produção, e pensámos numa exposição mais simples, mas cativante para celebrar a data”. A exposição sobre todos os cartazes do AmadoraBD é a marca disso mesmo. “30 anos, 30 cartazes” tem ainda um twist tecnológico: uma app que vai permitir ao público ver os cartazes animados.

Além de exposições — sobre Stan Lee, Vasco Granja, de Penim Loureiro aos oitenta anos do Batman –, visitas guiadas, oficinas, debates e workshops, haverá ainda a mostra dos vencedores do Concurso Nacional de Banda Desenhada, que acontece desde a primeira edição. E porquê referir isto? Porque este ano também stará em destaque a realidade das fake news.

Na sessão de autógrafos vão poder encontrar nomes como Miguel Mendonça, Marjolaine Leray, Rúben Pellejero, Susa Monteiro ou Peter Snejbjerg. Já na colaboração artística do festival, que é sempre uma das preocupações, é o nome de Joana Vasconcelos que salta à vista.

Durante a semana, as visitas guiadas e oficinas para escolas já se encontram esgotadas. A partir das 21h30 de manhã a entrada é gratuita. Nos restantes dias, cada bilhete custa 3 euros para o público em geral.

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