A Polícia Judiciária deteve em Loulé um padre católico suspeito da prática de um crime de pornografia de menores na Irlanda, confirmou o Observador. Oliver O’Grady, 74 anos, já tinha sido condenado a 14 anos de prisão nos Estados Unidos por ter abusado sexualmente de pelo menos 25 crianças e por posse de pornografia infantil. Cumprida a pena, voltou para a Europa. Agora vivia em Portugal, onde foi detido no âmbito de um mandado de detenção europeu.

Oliver O’Grady foi condenado a uma pena de 14 anos de prisão no estado norte-americano da Califórnia em 1993, mas cumpriu apenas metade da pena até ser deportado para a Irlanda. A Polícia Judiciária também confirmou que o padre “já tinha cumprido pena por crimes semelhantes nos Estados Unidos”, embora não especifique os casos em que Oliver O’Grady tinha estado envolvido.

Em 2001, Oliver O’Grady emigrou para a cidade holandesa de Amesterdão, onde trabalhava como voluntário numa paróquia e era responsável por organizar festas para crianças. Entretanto, surgiu num documentário chamado “Deliver Us From Evil” (em português, “Livrai-nos do Mal”), lançado em 2006, que chegou a estar nomeado para o Óscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem.

Nove anos mais tarde, as autoridades encontraram 280 mil imagens, mais de seis horas de vídeos e quinhentas páginas de discussão sobre pornografia infantil num computador de que Oliver O’Grady se tinha esquecido num avião. E o padre voltou a ser condenado a três anos de prisão.

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Cumprida a pena, Oliver O’Grady mudou-se para Portugal no final do ano passado, onde morava em Loulé numa casa partilhada com outros adultos. Entretanto, a polícia irlandesa descobriu novos crimes de pornografia infantil cometidos pelo padre já depois da última sentença. E descobriu que este tinha saído do país sem avisar as autoridades — um procedimento necessário imposto aos pedófilos. Foi por isso que emitiu o mandado de detenção.

Oliver O’Grady ficará em prisão preventiva até ser enviado para a Irlanda, indica a Polícia Judiciária.

A operação da Unidade de Informação de Investigação Criminal culminou também com a detenção de um luso-francês de 46 anos condenado a 18 meses de prisão pela prática dos crimes de burla, fraude e abuso de confiança. Os crimes foram cometidos entre maio de 2010 e outubro de 2012. “Tendo regressado recentemente ao nosso país, juntamente com a família, veio também a ser localizado e detido na zona do Algarve”, descreve a polícia. Também ele ficará em prisão preventiva até a extradição para França.

Os dois casos não estão relacionados.