O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou este sábado “capturar os terroristas” junto à fronteira com a Síria se a milícias curdo-sírias não saírem da zona no prazo previsto no acordo entre Ancara e Moscovo.

“Se os terroristas não se retirarem num período de 150 horas (prazo que começou a contar no dia 23 de outubro às 09:00 TMG, nos termos do acordo), vamos assumir o controlo e vamos capturá-los”, declarou Erdogan, num discurso transmitido pela televisão, referindo-se aos combatentes curdos das YPG (Unidades de Proteção Popular).

Na sequência do acordo alcançado na passada terça-feira entre Erdogan e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, Moscovo deve “facilitar a retirada” das forças curdas e do seu armamento até ficarem a pelo menos 30 quilómetros de distância da fronteira, no nordeste da Síria.

Os russos e os turcos devem iniciar patrulhas conjuntas nesta zona após um período de 150 horas previsto no acordo, que expira na terça-feira às 15h00 TMG (mesma hora em Lisboa).

Erdogan sublinhou que a Turquia tinha conseguido “boa parte” do seu objetivo de estabelecer uma “zona de segurança” para se proteger dos ataques de ‘jihadistas’ do grupo Estado Islâmico e dos combatentes turcos do YPG, que Ancara considera “terroristas”.

O Presidente turco exortou a comunidade internacional a apoiar a Turquia nos esforços para estabelecer uma “zona de segurança” para instalar alguns dos 3,6 milhões de refugiados sírios que Ancara recebeu.

Erdogan advertiu que se não houver apoio para o regresso de um ou dois milhões destes refugiados, numa primeira fase, a solução passa por deixá-los sair para a Europa.

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