Depois de Luís Montenegro, outro concorrente à liderança do Partido Social Democrata, já se ter pronunciado sobre o executivo PS que tomou posse este sábado, agora foi a vez de Miguel Pinto Luz, outro desafiante de Rui Rio, criticar aquilo que diz ser “um elefante bem pesado”.
Foi através de uma publicação na sua conta oficial de Facebook que Pinto Luz falou do “maior governo português desde 1976” e da inevitabilidade deste executivo não conseguir ser “ágil e operacional”. “Haverá problemas de coordenação, de articulação e de sobreposição de pastas e pelouros. Com inevitáveis reflexos no processo de decisão e na capacidade de gestão global”, escreveu o social democrata.
Tece ainda uma comparação com “vários governos de coligação” na história da democracia nacional que tiveram “menos ministros e menos secretários de Estado do que este executivo monopartidário encabeçado por António Costa”. Até o último governo PSD, mesmo em “tempo de grave emergência financeira”, não necessitou de ser tão grande. Termina de forma fatalista afirmando que “vai-se fazer menos com mais.”
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Leia na integra o comunicado de Miguel Pinto Luz:
Acaba de tomar posse o maior governo português desde 1976. Maior no sentido mais literal da expressão: tem 70 membros, incluindo o primeiro-ministro. Basta este número para se perceber que não vai ser ágil nem operacional. E se em 1976 ainda se compreendia a existência de um Executivo com tanta gente, pois a democracia constitucional dava então os primeiros passos, neste século XXI em que vivemos isto não faz o menor sentido.
Haverá problemas de coordenação, de articulação e de sobreposição de pastas e pelouros. Com inevitáveis reflexos no processo de decisão e na capacidade de gestão global.
A última coisa de que Portugal precisava era de um governo como este. Balofo, obeso, com peso a mais. Contrariando as boas práticas governativas existentes na União Europeia de que fazemos parte.
Recordo, em contraste, que tivemos vários governos de coligação, todos com menos ministros e menos secretários de Estado do que este executivo monopartidário encabeçado por António Costa.
Recordo também que o anterior governo do PSD, mesmo em tempo de grave emergência financeira, não necessitou de ser tão grande. Isto também contribuiu para dar respostas mais céleres e eficazes aos problemas. Tinham foco. Dando também um exemplo à sociedade portuguesa: com menos, foi possível fazer mais.
Ao contrário do que se antevê agora: vai-se fazer menos com mais.”