O candidato à presidência do PSD Luís Montenegro criticou o novo Governo que tomou posse este sábado, considerando que “é um susto”, e classificou o discurso do primeiro-ministro, António Costa, como “a fantasia socialista em todo o seu esplendor”.

“Este Governo é um susto! Tem governantes a mais, tem Estado a mais, tem PS a mais”, escreve o antigo líder parlamentar numa nota enviada à agência Lusa, na qual sustenta que o executivo empossado “é um Governo do aparelho partidário socialista e do aparelho socialista na administração pública”.

Na ótica de Montenegro, o XXII Governo Constitucional tem “sociedade civil a menos, tem independentes a menos, tem experiência empresarial a menos”.

O candidato à liderança do PSD — lugar atualmente ocupado por Rui Rio, que também vai disputar as diretas do partido — salientou que o discurso do primeiro-ministro momentos depois de o Presidente da República lhe ter dado posse “é uma barbaridade de autoelogios” e espelha “a fantasia socialista em todo o seu esplendor”.

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“Parece que está tudo bem”, critica o social-democrata, vincando que “as pessoas merecem mais respeito e mais pudor”, e questiona se o socialista António Costa “ainda está em modo de campanha e não percebe o caos que reina, por exemplo, no setor da saúde”.

Na nota, Luís Montenegro comenta também “o esboço de programa de Governo anunciado”, sublinhando que “é mais do mesmo”, com “os mesmos princípios, a mesma lengalenga”.

E aponta “várias lacunas”: “não fixa um objetivo de crescimento económico ao nível dos nossos principais competidores europeus, como todos os países de leste”, “a falta de perspetiva de baixa de impostos – uma medida essencial de competitividade fiscal e atração de investimento” ou “a manutenção de um fraquíssimo investimento público, cuja maior omissão se faz sentir na saúde, que devia ser a prioridade das prioridades para o Governo”.

Numa ótica interna, sobre o posicionamento do PSD, o candidato à liderança do partido advoga que se exige “a construção de uma alternativa clara, forte e consistente”.

“A alternativa não se faz dando a mão ao PS, tem de acabar o tempo de o PSD andar de cócoras perante o PS. Comigo esse tempo vai acabar”, vinca, justificando que “o interesse nacional exige uma oposição firme e uma alternativa a sério”.

As eleições diretas para escolher o novo presidente do PSD realizam-se em janeiro e o Congresso em fevereiro, com as datas concretas a serem marcadas no Conselho Nacional de 8 de novembro, em Bragança.

Até agora, assumiram-se como candidatos à liderança do PSD o presidente Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.