O presidente do Banco do Brasil, instituição financeira fundada em 1808 pelo Rei português João VI, disse na sexta-feira que a sua privatização é inevitável no futuro, devido à inovação tecnológica.

“Do jeito que a modernização do sistema bancário se acelera, neste mundo de inovações constantes, é óbvio que uma instituição pública não vai ter a mesma velocidade de adaptação. (…) Por enquanto, o banco ainda é extremamente eficiente e vai permanecer eficiente por algum tempo, mas, em algum momento, a perspetiva da privatização vai ter que ser enfrentada”, afirmou Rubem Novaes, citado pela imprensa local.

As declarações do presidente do Banco do Brasil, banco estatal brasileiro, foram proferidas após uma palestra promovida pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Apesar de Novaes frisar que esta sua ideia de uma futura privatização se trata de uma opinião pessoal, evitou responder se achava possível avançar com a privatização ainda no mandato do atual chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro.

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“É opinião minha, não é do Governo, mas eu acho que, em algum momento, a privatização do Banco do Brasil será inevitável. Com as amarras que uma empresa pública tem, vai ser muito difícil o ajustamento, no horizonte de dois, três, quatro anos, a esse novo mundo de ‘open banking’ e das ‘fintechs’ [‘startups’ que trabalham para inovar e otimizar serviços do sistema financeiro]”, disse.

“Fica muito difícil numa instituição ligada a governos acompanhar esse ritmo. Competimos com uma espécie de bola de ferro na canela”, acrescentou Novaes, citado pelo jornal O Globo.

Ainda de acordo com o presidente daquela instituição financeira, o Banco do Brasil está interessado em privatizar todos os seus setores que não englobem o seu negócio principal, revelando que será assinada até 07 de novembro uma parceria com o banco suíço UBS, na área de banco de investimento e corretora.

A instituição suíça ficará com mais de 50% do capital.

O Banco brasileiro também se encontra em negociações com uma “grande empresa de administração de ativos internacional” para fazer uma parceria semelhante na área de gestão de ativos, afirmou o presidente, segundo o Globo.

O Banco do Brasil, atualmente com mais de cinco mil agências em todo o país, foi fundado em 1808 pelo Rei João VI de Portugal. Juntamente com a Caixa Económica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, o Banco da Amazónia e o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil é um dos cinco bancos estatais do executivo brasileiro.

“Havia apenas três bancos emissores no mundo – na Suécia, na França e na Inglaterra -, quando o príncipe D. João (Príncipe Regente do Reino do Brasil e João VI de Portugal), recém-chegado ao Brasil, obrigado a deixar repentinamente Portugal, invadido pelas tropas de Napoleão, decidiu criar o Banco do Brasil”, relata a instituição financeira na sua página da internet.