Este domingo, perante aquele que foi durante oito jornadas o líder da Primeira Liga, o FC Porto não sofreu golos em casa. Melhor: o FC Porto voltou a não sofrer golos em casa. Nos quatro primeiros jogos do Campeonato no Dragão, Marchesín não sofreu qualquer golo, tornando-se o protagonista de uma série que já se repetiu dez vezes ao longo da história dos dragões (a última vez tinha sido em 2015).

Há Díaz assim, em que tudo parece voltar ao velho normal (a crónica do FC Porto-Famalicão)

Mais do que isso, a equipa de Sérgio Conceição chegou às nove vitórias consecutivas em casa em jogos da Primeira Liga, menos duas do que o recorde absoluto do treinador ao comando do FC Porto. Deslizes europeus à parte — a derrota com o Feyenoord na Holanda e o empate com o Rangers a meio da semana –, a verdade é que esta é já a melhor série dos dragões na Liga desde janeiro: levam sete vitórias seguidas, após o desaire na jornada inicial com o Gil Vicente, e desde aí marcaram 18 golos e sofreram apenas dois.

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O ritmo vencedor do FC Porto no Campeonato permitiu aos dragões chegar este domingo à liderança da classificação, ainda que em igualdade pontual com o Benfica, e repor uma espécie de normalidade nos lugares cimeiros da Liga. Depois de uma partida em que operou várias mudanças no onze inicial — Alex Telles começou no banco, Marega não foi convocado –, Sérgio Conceição limitou-se a garantir que optou pelos “jogadores que estavam a 100% a todos os níveis” e que davam “garantias para vencer o jogo. O técnico, que chegou este domingo aos 300 jogos enquanto treinador principal, explicou ainda que “aceita e percebe” a pressão à volta de um “grande clube” mas lembrou que “por vezes, tudo o que existe à volta, o que se cria, não é bom para ninguém”.

“Não estou a falar das pessoas que vêm ao estádio, que nos apoiam e também criticam quando têm de criticar. Mas temos de perceber que ao 12.º jogo só perdemos uma vez. Claro que queremos ganhar 12 em 12, mas o que realço é a forma como trabalhamos todos os dias para orgulhar a camisola que vestimos e disso os adeptos podem estar descansados”, atirou Sérgio Conceição, numa referência às críticas feitas à equipa a meio da semana, depois do empate em casa com o Rangers.

Já Fábio Silva, que entrou nos últimos dez minutos da partida e ainda foi a tempo de se estrear a marcar na Primeira Liga — já depois de se ter estreado a marcar pela equipa principal na Taça de Portugal, contra o Coimbrões –, teve a responsabilidade de assumir o curto discurso feito no habitual círculo que os jogadores do FC Porto formam no final dos jogos. Totalmente imbuído do espírito de vitória e entusiasmado com o golo, o jovem avançado correu para as bancadas para dar a camisola a um adepto e atrasou-se para a roda, sendo imediatamente chamado, entre sorrisos, por Sérgio Conceição, que queria então dar a Fábio Silva a palavra entre os restantes colegas.

“Isso dos recordes não é o mais importante. O que mais importa é poder ter ajudado a equipa com o meu trabalho e o golo vem por acréscimo. Estou muito feliz e agora é continuar a trabalhar para mais coisas boas virem. Importante é ter entrado bem e com vontade de ajudar. Como disse, o golo foi uma consequência do meu trabalho. Era uma coisa que queria há muito tempo. Estava habituado a ver o jogo de fora, mas sentir a adrenalina por dentro é diferente. Quero agradecer o apoio dos adeptos”, disse o avançado dos dragões na flash interview.