As primeiras duas versões das telhas solares da Tesla, que tiveram grande projeção mediática quando foram lançadas “não funcionavam, na realidade”, admitiu Elon Musk na sexta-feira. Mas, agora sim, diz o empresário: está aí “um produto incrível”: uma terceira versão que, espera a empresa, deverá estar “dentro de alguns meses” a vender mil unidades por semana.

Foi numa teleconferência com analistas, para falar sobre os (surpreendentes) lucros da empresa no terceiro trimestre, que Elon Musk apresentou a terceira versão das telhas solares: chamam-se “solarglass” por serem feitas com vidro temperado, em conjuntos que incluem telhas que têm e outras que não têm capacidade de recolha de energia fotovoltaica.

Ao apresentar esta terceira versão, Musk reconheceu o fracasso (tecnológico e comercial) das duas primeiras versões deste produto que foi anunciado, com pompa e circunstância, em 2016. Mas nada que preocupe Elon Musk, já que o empresário lembra que as primeiras versões do Microsoft Windows também foram falhanços. A CNBC escreveu sobre esta teleconferência com analistas.

As duas primeiras versões venderam muito pouco, fruto de problemas técnicos e custos muito elevados não só na produção mas, também, na instalação. A Tesla foi, recentemente, processada pela cadeia de supermercados Walmart por terem sido registados incêndios nos telhados de sete lojas onde foram instaladas telhas que, embora sejam diferentes das que Musk ambicionou vender aos consumidores comuns, têm a mesma tecnologia.

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A nova versão tem telhas maiores, com maior densidade energética, novos materiais e um design industrial mais simples — o que facilita a instalação (e torna-a mais barata). Além disso, trazem uma garantia de 25 anos.

Esta terceira versão vai ser produzida, inicialmente, em telha de vidro temperado negro, mas a cada seis/nove meses sairão novos modelos.

Esta é uma linha de negócio que Elon Musk reconhece ter negligenciado um pouco, nos últimos, desde que comprou a empresa SolarCity, em 2016.

As dificuldades de produção do carro Model 3 levaram a que a empresa tenha tido que concentrar quase todos os seus recursos em fazer a produção do carro corresponder às expectativas — “se o Model 3 não funcionasse, a Tesla já não existiria”, garantiu Elon Musk. Mas, agora que a produção do carro está a correr de forma “relativamente suave”, temos tido capacidade para redirecionar recursos para as operações de energia solar e armazenamento energético”.