A Casa da Música, no Porto, terá sete concertos de música barroca na 15.ª edição do festival À Volta do Barroco, abrindo no sábado com a oratória “Paulus”, do alemão Félix Mendelssohn.

A Orquestra Sinfónica do Porto e o Coro Casa da Música juntam-se, sob a direção de Olari Elts, para interpretar uma peça que a Casa descreve como “uma grande obra coral-sinfónica”, pelas 18h de sábado.

Com a soprano Susana Gaspar, o alto Joaquim Koehler, o tenor Mati Turi e o barítono Johannes Weisser, a obra para solistas, coro e orquestra centra-se na figura de São Paulo e na sua viagem “de feroz perseguidor de cristãos” a nome influente do Cristianismo.

Mendelssohn era “um conhecido entusiasta da música dos mestres barrocos” e inspirou-se nas oratórias de Bach e Handel para esta peça, que atravessa a vida de Saulo de Tarso “dos primeiros martírios” a uma vida de pregação.

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“Paulus” traz uma combinação de “profundidade e clareza, com belíssimos corais que enquadram a tensão dramática entregue a um quarteto de solistas de renome internacional”, segundo a nota de apresentação.

No domingo, dia 3, é a vez do grupo Diáspora, composto por músicos portugueses que exploram música de territórios lusófonos, num concerto intitulado “Sete Lágrimas”, uma “vertigem experimental pelas ideias de viagem, caminho, peregrinação, terra, água, saudades”.

Na sala 2 da Casa da Música, a viola da gamba de Sofia Diniz junta-se ao cravo de Fernando Miguel Jalôto para interpretar obras de Marin Marais, François Couperin e Jean-Philippe Rameau.

Pelas 19h30, sobem ao palco “dois grandes especialistas portugueses em música antiga” para um concerto com peças como “La Reveuse” ou “Suíte d’un Goût Étranger”.

Um dos destaques chega no dia 8 de novembro, com a Sinfónica liderada por Leopold Hager, maestro emérito pelo agrupamento, a percorrer a Sinfonia n.º 35 de Mozart, antes de “Exsultate Jubilate”.

Na segunda parte, a Primeira Sinfonia de Beethoven, “a mais clássica das nove” do compositor, prossegue a viagem pelo classicismo vienense.

No dia 12, a junção destes dois agrupamentos repete-se em “Virtuosismo Impossível”, com a Barroca, de novo sob direção de Huw Daniel, a tocar o Concerto para quatro violinos de Antonio Vivaldi, antes de “Fantasia a três partes sobre um baixo”, de Henry Purcell.

Segue-se “Cânone & Giga Único”, de Johann Pachelbel, antes do Segundo Concerto de Wilhelm van Wassenaer, “Chacone em Sol” de John Blow e o terceiro Concerto Brandenburguês de Bach.

Já o Remix estreia em Portugal “Estudos n.º 1, 3c, 12 e 6”, após a estreia mundial de “Talkin(g) (A)bout My Generation”, uma encomenda da Casa da Música a Pedro Lima.

O encerramento cabe ao Coro Casa da Música, pelas 18h de dia 17, com “Polifonia Intemporal”, um programa dedicado a vários compositores portugueses do “período dourado da polifonia portuguesa” e ao contemporâneo irlandês David Fennessy.

“Hostias et preces”, de Manuel Correia, um compositor que compôs sobretudo em Espanha, arranca o concerto, sob a direção do maestro titular Paul Hillier, seguindo-se “Inter vestibulum”, de Pedro de Cristo, mestre do Mosteiro de Santa Cruz na viragem do século XVI para o XVII, mas também “Pater peccavi”, de Duarte Lobo, encerrando com três obras do espanhol Tomás Luis de Victoria.