As exportações aumentaram 5,1%, totalizando 57.807 milhões de euros, e as importações cresceram 8,1%, correspondendo a 75.364 milhões de euros, em 2018, em termos nominais, face ao ano anterior, divulgou esta segunda-feira o INE.

Segundo as Estatísticas do Comércio Internacional de 2018 do INE, a balança comercial de bens registou um défice de 17.557 milhões de euros, mais 2.887 milhões de euros face ao ano anterior, devendo-se sobretudo ao comércio extra-União Europeia, que registou um acréscimo do défice em 2.176 milhões de euros.

O destaque do INE, que contém os resultados provisórios das estatísticas do Comércio Internacional de Bens relativos a 2018, indica também que, excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 5,3% e as importações 7,8% (+9,0% e +11,6%, respetivamente, em 2017) e o défice aumentou 2.095 milhões de euros, atingindo 12.448 milhões de euros.

As transações de bens de Portugal com o exterior continuam a dar-se maioritariamente com países que pertencem à União Europeia (UE), tendo esse domínio aumentado para 76,1% nas exportações (mais dois pontos percentuais face a 2017), o que, segundo o INE, esteve relacionado com a diminuição em 3% das exportações para países que não pertencem à UE e com a descida das importações para 75,8% (menos 0,5 pontos percentuais do que em 2017).

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Os principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal continuaram a ser Espanha, França e Alemanha, sendo que o maior défice comercial continuou a ser com Espanha, com o saldo das transações a registar um agravamento de 387 milhões de euros, enquanto o maior excedente se registou na relação com o Reino Unido (no ano anterior tinha sido com os Estados Unidos).

O segmento de máquinas e aparelhos manteve-se como o principal grupo de produtos importado e exportado em 2018, com o maior défice comercial a passar a registar-se nas máquinas e aparelhos (posição ocupada pelos combustíveis minerais em 2017), enquanto o maior excedente continuou a registar-se nas transações de minerais e minérios.

Em 2018, a taxa de cobertura de produtos energéticos (produtos petrolíferos, gás e carvão) atingiu os 44,4%, resultado de 4.289 milhões de euros de exportações e 9.657 milhões de euros importações destes produtos, “refletindo-se numa elevada dependência energética de Portugal do exterior”, acrescenta o INE.

O saldo da balança comercial de produtos energéticos apresentou um défice em todo o período em análise, totalizando um valor negativo de 5.368 milhões de euros em 2018.

Os produtos petrolíferos foram os principais responsáveis pelo défice da balança comercial de produtos energéticos (contributo para o saldo de -3.680 milhões de euros em 2018), seguindo-se o gás (contributo de -1.297 milhões de euros), dado que as exportações deste produto apresentam um valor residual, e o carvão (contributo de -390 milhões de euros).