Os ministros da coligação internacional contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) vão reunir-se em 14 de novembro, em Washington, capital norte-americana, anunciou esta segunda-feira um responsável dos EUA, após o anúncio da morte do líder daquele grupo extremista.
A reunião permitirá que os ministros de mais de 30 países debatam “as próximas medidas a serem tomadas para aumentar a presença da coligação no nordeste da Síria”, indicou o responsável, sob condição de anonimato, aos jornalistas.
Este encontro foi solicitado com urgência pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, após o anúncio, no início deste mês, pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da retirada de mil soldados norte-americanos no nordeste da Síria.
Forças dos EUA retiram-se do norte da Síria na iminência de ofensiva turca
Uma iniciativa aplaudida por Washington, que pede regularmente aos seus aliados que aumentem os seus esforços militares na região.
Isto é algo sobre o qual o Presidente Trump trabalhou: receber os nossos parceiros e aliados da coligação de tropas terrestres e presença aérea e a reentrada de fundos para estabilizar a região”, afirmou o responsável norte-americano.
A mesma fonte salientou, no entanto, que nenhum aliado europeu tinha proposto enviar tropas para a Síria para substituir aquelas que estão atualmente a ser retiradas pelos Estados Unidos. A retirada dos EUA preocupa os países europeus, que temem o ressurgimento do EI. Segundo Washington, mais de 100 jihadistas escaparam de prisões na Síria, desde o início da ofensiva militar turca no nordeste sírio, desencadeada no passado dia 9 de outubro.
“A morte de [Abu Bakr] al-Baghdadi é um golpe contra o Daesh [acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico], mas é apenas uma etapa. O combate continua com os nossos parceiros da coligação internacional para que a organização terrorista seja definitivamente derrotada. Esta é a nossa prioridade no Levante”, escreveu no domingo o Presidente francês, Emmanuel Macron, na sua conta da rede social Twitter.
La mort d'al-Baghdadi est un coup dur porté contre Daech, mais ce n’est qu’une étape. Le combat continue avec nos partenaires de la coalition internationale pour que l'organisation terroriste soit définitivement défaite. C’est notre priorité au Levant.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) October 27, 2019
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo a morte do líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, numa operação militar norte-americana no noroeste da Síria. “Abu Bakr al-Baghdadi está morto”, disse Trump numa comunicação ao país na Casa Branca.
Esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, o Presidente dos EUA disse que está a pensar divulgar imagens de vídeo que retratam os minutos finais do líder do EI e o sucesso da operação militar que o Presidente acompanhou em direto a partir da Casa Branca.
Trump pondera divulgar vídeo da operação militar que matou o líder do Estado Islâmico
“Ele não morreu como um herói. Morreu como um cobarde”, disse Donald Trump, relatando o momento em que al-Baghdadi se refugiou num túnel sem saída “gemendo, chorando e gritando”, na versão do Presidente norte-americano.
Abu Bakr al-Baghdadi era um dos homens mais procurados do planeta e tinha a cabeça a prémio por 25 milhões de dólares.