O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, adiou a reunião do Conselho de Estado, marcada para esta segunda-feira, para data a determinar, segundo uma nota de agenda enviada pela Presidência guineense.

O Conselho de Estado estava marcado para as 17h30 (mesma hora em Lisboa), mas acabou por ser adiado, quando o Presidente guineense ouvia os partidos com assento parlamentar.

José Mário Vaz convocou o Conselho de Estado, depois de no sábado ter responsabilizado o Governo por agravar a discórdia e desconfiança sobre o processo de preparação das eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro, com a repressão de um protesto não autorizado pelo Ministério do Interior, em Bissau, que provocou um morto.

Um morto em manifestação não autorizada na Guiné-Bissau

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“A mortífera violência da repressão policial contra uma marcha pacífica de cidadãos indefesos, que não constituía uma ameaça à segurança, nem às instituições ou à propriedade, representa uma disrupção que se afasta vertiginosamente dos valores que temos promovido, semeando mais crispação e discórdia, agravando as desconfianças em relação ao processo de preparação da eleição presidencial”, afirmou José Mário Vaz, numa mensagem à Nação.

Um Governo que não só não garante a segurança dos cidadãos, como violenta e abusivamente põe em causa a segurança e a integridade física dos nossos irmãos, não está a servir os interesses da Nação guineense”, salientou o Presidente.

Em conferência de imprensa no domingo, o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, salientou que a pessoa que morreu não foi vítima de confrontos com as forças de segurança e que está a decorrer um inquérito para determinar o local da sua morte.

Morte de manifestante na Guiné-Bissau não ocorreu devido a confronto físico com polícia

Aristides Gomes disse também que há “ameaças sérias” para a estabilização do país e criticou a posição do Presidente, que acusou de condenar, sem julgar. O chefe do Governo guineense já tinha denunciado a semana passada uma tentativa de golpe de Estado, envolvendo o candidato às presidenciais do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15, líder da oposição).