O primeiro-ministro da Guiné-Bissau recusou esta segunda-feira participar em reuniões do Conselho de Estado convocadas pelo atual Presidente do país, José Mário Vaz, e reiterou que está a ser preparado um golpe de Estado para impedir as eleições presidenciais.

“Não fui convocado até agora. E mesmo que recebesse um convite não ia, porque eu já disse que o Conselho de Estado, tal como existe hoje, é caduco”, defendeu Aristides Gomes, à saída de uma reunião com os representantes da comunidade internacional sediados em Bissau.

O primeiro-ministro guineense disse ter convocado o encontro para expor aos elementos da comunidade internacional “as ameaças que pairam sobre o Governo” – em funções desde junho – e consequentemente sobre o processo das eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

O Presidente guineense iniciou esta segunda-feira auscultações com os partidos com assento parlamentar, que tem questionado sobre se acham que o Governo tem condições de continuar ou não.

José Mário Vaz tinha convocado para esta tarde o Conselho de Estado, mas acabou por adiar a reunião para data a determinar.

Presidente guineense adia Conselho de Estado desta segunda-feira

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Aristides Gomes considera ainda que o órgão não tem condições de funcionar pelo facto de os seus membros não terem sido ainda empossados, desde as eleições legislativas de março. O primeiro-ministro guineense afirmou que o que se passa no país é a preparação de um golpe de Estado que, disse, seria a única forma de parar com o processo eleitoral em curso.

Pairam ameaças, já há uma semana, sobre o Governo, indiretamente sobre as eleições, numa altura em que estamos prestes a iniciar a campanha para as presidenciais”, observou Aristides Gomes.

A acontecer um golpe que pare o processo eleitoral, o primeiro-ministro guineense avisou que “os autores terão que arcar com a responsabilidade” do ato. “Tanto nós, Governo, como a comunidade internacional, ficamos com a mesma leitura sobre este ponto: quem interromper o processo eleitoral estará a protagonizar um golpe de Estado”, observou Aristides Gomes.