A fabricante de aeroestruturas Stelia Aerospace está a investir mais de 40 milhões de euros numa unidade de montagem em Santo Tirso, no distrito do Porto, que criará 240 empregos, 30 dos quais altamente qualificados, anunciou esta terça-feira a AICEP.

Em comunicado, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) adianta que esta nova unidade “desenvolverá as atividades de assemblagem de subconjuntos de estruturas aeronáuticas, as quais serão depois exportadas para as unidades da Stelia Aerospace de Méaulte e Rochefort, em França, para aí serem integradas”.

A atividade começará no final deste ano e aumentará progressivamente para atingir a velocidade cruzeiro até 2023″, revela. Segundo a AICEP, “Portugal foi escolhido por várias razões, nomeadamente a sua relevante experiência no setor aeronáutico, a disponibilidade de talento, a integração na zona euro e a proximidade geográfica com as localizações francesas da Stelia Aerospace, permitindo uma otimização dos fluxos logísticos”.

A nova linha de montagem em Portugal reforçará a atual configuração industrial da Stelia Aerospace, constituída por cinco unidades, duas subsidiárias em França, duas subsidiárias em Marrocos, uma na Tunísia e duas na América do Norte.

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“A criação desta nova unidade faz parte integral da estratégia de otimização industrial que implementamos na criação da Stelia Aerospace em 2015 para aumentar o desempenho e desenvolver a competitividade global da empresa. Isso também permitirá absorver potenciais aumentos de atividade dos nossos clientes e assim enfrentar melhor os desafios de amanhã, num mundo cada vez mais competitivo”, refere o presidente executivo da empresa, Cédric Gautier, citado no comunicado.

Já o primeiro-ministro, António Costa, considera, também citado no comunicado, que a decisão de investimento da Stelia Aerospace em Portugal “é confirmação inequívoca da elevada competitividade que o cluster aeronáutico nacional já atingiu“.

“Este investimento, num setor de elevado potencial, contribuirá certamente para o aprofundamento de parcerias industriais, mas induzirá também a cooperação ao nível da investigação e desenvolvimento, essenciais para dar resposta aos novos desafios que o futuro do setor aeronáutico nos apresenta”, sustenta.

Esta decisão — continua — é o reconhecimento da qualidade do talento português como principal fator de atração de investimento em Portugal e que devemos continuar a investir na qualificação da nossa mão-de-obra”.

Com uma faturação de 2,2 mil milhões de euros e 7.000 funcionários em todo o mundo (4.500 em França e 2.500 na América do Norte, Tunísia e Marrocos), a Stelia Aerospace é apresentada como “uma das empresas líderes mundiais no campo das infraestruturas aeronáuticas, assentos de piloto e assentos de passageiros da classe executiva e de primeira classe”.

A empresa projeta e fabrica as secções de fuselagem dianteiras para todo o grupo Airbus, bem como as secções de fuselagem e subconjuntos específicos para a Airbus, asas totalmente equipadas para ATR, fuselagens centrais totalmente equipadas para o avião Global 7500 da Bombardier ecomponentes complexos das aeroestruturas metálicas e em compósito para fabricantes como a Boeing, Bombardier, Embraer e Northrop-Grumman.