A Fiat Chrysler Automobiles (FCA), que engloba a Fiat, Alfa Romeo, Maserati e as marcas americanas da Chrysler, a começar pela Jeep, está em conversações com o grupo francês PSA, que inclui Peugeot, Opel/Vauxhall, Citroën e DS, com vista a criar um dos maiores grupos automóveis mundiais, em termos de volume de vendas. A informação é avançada pelo Financial Times, que afirma que o grupo a criar com esta fusão poderia valer mais de 47 mil milhões de dólares em acções.

A FCA ainda há poucos meses estava em vias de uma fusão com a Renault, o que só não aconteceu porque a Nissan colocou alguma areia nas engrenagens e o Estado francês – o maior accionista na marca gaulesa – não quis deitar tudo a perder nas relações franco-nipónicas. Ao que parece, a FCA trocou uma “noiva” francesa por outra, ou seja, a Renault pelo Grupo PSA, perseguindo sempre o mesmo objectivo, que passa por criar um grupo de dimensões colossais, capaz de assegurar muitos milhões de dólares de economia a ambas as casas em sinergias.

Um e outro fabricante acreditam que se aproximam dias difíceis, sobretudo agora que são obrigados a investir milhares de milhões de dólares na electrificação para reduzir consumos e emissões poluentes, o que torna urgente a consolidação.

Não há garantias que o negócio se venha a materializar. Mas, caso aconteça, tudo indica que será o português Carlos Tavares, hoje CEO da PSA, a dirigir os negócios no novo grupo, enquanto John Elkann, neto do fundador da Fiat Gianni Agnelli e actual líder da FCA, ocuparia o lugar de chairman.

A PSA tem de momento um valor em bolsa de 23,6 mil milhões de euros, não muito longe dos 22 mil milhões de dólares atribuídos à FCA. Assim que a notícia foi avançada pelo Wall Street Journal, as acções da FCA subiram 6,7%, atingindo 14,11$, enquanto as acções da PSA não se ressentiram da notícia por a bolsa já estar encerrada. Contudo, no decurso de 2019, os títulos da PSA já subiram mais de 38%, contra apenas 1% da FCA.

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