A Câmara de Amares vai gerir em 2020 um Orçamento de 16,8 milhões de euros, “muito direcionado” para as funções sociais, que absorvem 59% do montante, disse esta quinta-feira à Lusa o presidente da Câmara.

Segundo Manuel Moreira, o orçamento para 2020 reflete também a “boa saúde financeira” do município. “Do ponto de vista financeiro, o município está bem e recomenda-se”, referiu, sublinhando que atualmente a dívida não chega aos seis milhões de euros. “Quando cheguei à Câmara, era de 12 milhões”, sublinhou o autarca.

O Orçamento foi aprovado, na segunda-feira, com os votos dos cinco vereadores da maioria PSD/CDS, tendo os dois vereadores da oposição optado pela abstenção.

Para o vereador do PS, Pedro Costa, o orçamento marginaliza a “esmagadora maioria das freguesias”, concentrando o investimento na sede do concelho. Pedro Costa referiu também que as áreas do emprego, turismo, juventude e necessidades básicas “são igualmente marginalizadas”. “A canalização de verbas para obras nas freguesias mostra um tempo de ‘vacas magras’, com uma dívida municipal que continua a crescer. O orçamento tem várias dezenas de obras nas diversas freguesias do concelho com dotação zero, o que diz bem do atual estado das finanças e da gestão atual do executivo”, acrescentou.

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O vereador eleito pelo movimento independente Mais Amares, Emanuel Magalhães, também aludiu a “pouco confortável” situação financeira do município, sublinhando que a maioria das ações e objetivos previstos no plano e orçamento apresenta “dotação zero”. Além disso, acrescentou, “uma grande parte daqueles que preveem valores para os respetivos investimentos apresenta-se com verbas ‘não definidas’, ou seja, não disponibilizadas, à partida, para o efeito”.

Emanuel Magalhães criticou ainda o “enorme peso” das despesas com pessoal e das despesas correntes, e referiu que o orçamento “não promove a coesão territorial, uma vez que a grande parte das verbas previstas para investimento é canalizada para uma pequena parte do território”.

O presidente da Câmara responde que a oposição “não sabe ler documentos” e diz que as suas críticas não passam de “desabafos”.

O valor do orçamento da Câmara de Amares para 2020 é quase quatro milhões inferior ao do corrente ano, uma realidade que Manuel Moreira justifica com os fundos comunitários. “O Orçamento de 2019 tinha mais de quatro milhões de euros de fundos comunitários para saneamento, obras que estão praticamente concluídas. Daí a diferença no orçamento”, explicou.

As Funções Sociais absorvem 59% do investimento, nomeadamente para habitação e serviços coletivos, com destaque para o ordenamento do território (3,2 milhões), saneamento (600 mil) e construção e extensão do sistema de abastecimento de água (143 mil).

Em comunicado, a Câmara refere que a requalificação da Praça do Comércio será “um dos maiores desafios” de 2020. “Com esta intervenção, pretende-se dignificar a Praça do Comércio, apresentando-a como um dos cartões-de-visita de Amares”, sublinha.

Um projeto de mobilidade para promover, na malha urbana, uma rede pedonal e ciclável mais integrada, eficiente e sustentável, a construção do canil municipal, a criação de uma ponte pedonal e ciclável sobre o Rio Homem e a requalificação do Terreiro da Senhora da Abadia, das piscinas cobertas e da feira semanal são outras apostas para 2020.