O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, considerou esta quarta-feira à Lusa que ser um concelho que integra a rede de Cidades Criativas da UNESCO no setor da música aumenta a responsabilidade do município nesta área.

Gonçalo Lopes (PS) afirmou que “hoje é um dia muito importante para a cultura de Leiria”, pois “vê reconhecida a importância da música a um nível internacional”, o que “aumenta a responsabilidade para o futuro para honrar esta distinção de fazer parte de uma rede de excelência, sob a chancelaria da UNESCO”.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou esta quarta-feira 66 novas cidades que passam a integrar a rede de Cidades Criativas, entre as quais Leiria e Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, juntando-se a Braga, Amarante, Barcelos, Idanha-a-Nova e Óbidos.

Caldas da Rainha e Leiria entram na rede de Cidades Criativas da UNESCO

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Leiria, que foi distinguida pela música, pode agora ambicionar a “criar novas energias” internacionais, constatou ainda Gonçalo Lopes, acrescentando que ajudará a tornar a música “mais consistente no concelho de Leiria”.

Esta candidatura foi uma grande aposta da cidade de Leiria, que mobilizou equipas técnicas e especialistas, envolvendo todos os agentes culturais da região, desde ranchos folclóricos a grupos musicais, maestros, música tradicional e contemporânea. Todo este ecossistema musical é um dos mais ricos de Portugal, o que se comprova com esta distinção”, sublinhou o autarca.

Gonçalo Lopes reforçou que a música é “uma das áreas onde há boas práticas” em Leiria. A candidatura de Leiria a Cidade Criativa da UNESCO na área da música assumiu em julho ter apenas “1% de esperança” na designação, apesar de estar entre as quatro finalistas nacionais para integrar a rede, indicadas pela Comissão Nacional daquele organismo.

A coordenadora da candidatura, Celeste Afonso, reconheceu que o entusiasmo “arrefeceu” depois de ter sido comunicado que, em 2019, cada país poderá ter apenas duas cidades escolhidas. O presidente admitiu que “havia a consciência de que era uma decisão difícil, porque Portugal tinha outras cidades e candidaturas”, mas Gonçalo Lopes reconheceu que os “argumentos” de Leiria “eram muito fortes” e a sua candidatura “conseguiu demonstrar que tem um ecossistema musical único, que tem de ser mais conhecido, divulgado e partilhado”.

O autarca apontou ainda as “várias escolas de música com qualidade” e os “eventos diversificados, desde o tradicional ao contemporâneo”, o que considera terem sido “mais-valias”. “Esta não é só uma vitória de Leiria, mas da região e até de Portugal. Estamos no pelotão da frente das cidades mais criativas na área da música”, concluiu.

A rede conta agora com 246 cidades em todo o Mundo e com um total de sete cidades em Portugal.

Outras cidades que passaram a estar integradas nesta rede são Belo Horizonte e Fortaleza, no Brasil, ambas como cidades literárias, assim como Lliria, em Espanha, e Angoulême, em França, na área da música, e Hanoi, no Vietname, no ‘design’.

Braga, Amarante, Barcelos, Idanha-a-Nova e Óbidos já faziam parte deste projeto da UNESCO que visa estimular as cidades a colocar a cultura na sua estratégia de desenvolvimento, e a partilhar entre si as melhores práticas das diferentes vertentes culturais.

Há uma semana, as cidades portuguesas pertencentes a esta rede assinaram um protocolo para desenvolver “atividades conjuntas e programação partilhada”.