Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira uma contribuição de seis milhões de euros para testes clínicos da vacina contra o Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo), numa altura em que a epidemia se continua a propagar no país.

Em comunicado, o executivo comunitário dá conta de que “o anúncio surge numa altura em que o surto de Ébola na RDCongo continua a espalhar-se no leste do país, com um alto risco de transbordo para países vizinhos”.

O apoio financeiro é feito ao abrigo do programa de investigação e inovação da União Europeia (UE), o Horizonte 2020, e acresce ao que já foi alocado a investigações para vacinas contra a epidemia, num total de 230,5 milhões de euros desde 2014.

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, citado na nota, assinala que a UE “apoiou o desenvolvimento desta vacina contra o Ébola”, no âmbito de uma parceria público-privada que possibilitou um ‘stock’ anual de 1,5 milhões de doses. “E agora estamos a lançar estes testes clínicos na RDCongo para, juntos, acabarmos de uma vez com esta epidemia”, acrescenta o comissário, frisando que a UE tem “todos os recursos” para prestar este apoio.

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A UE tem vindo a apoiar o combate ao Ébola desde que o surto desta epidemia foi declarado, em 2018, disponibilizando assistência humanitária e enviando especialistas para áreas afetadas.

Ao todo, Bruxelas já alocou 47 milhões de euros em ajuda humanitária de resposta ao Ébola na RDCongo, bem como 180 milhões de euros (do Fundo Europeu de Desenvolvimento) para apoiar o setor da saúde naquele país.

A estes valores acrescem seis milhões de euros para a prestação de serviços de saúde gratuitos em oito zonas afetadas pela epidemia e mais de 4,5 milhões de euros para reforço da prevenção no Uganda, Sudão do Sul, Burundi e Ruanda.

A OMS declarou em 17 de julho deste ano o estado de emergência internacional na RDCongo devido ao Ébola. Desde agosto de 2018, registaram-se neste país 3.269 casos de Ébola, que causaram pelo menos 2.182 mortes, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde congolês.

Esta epidemia, localizada principalmente nas províncias congolesas de Kivu Norte e Ituri, é apenas ultrapassada pela que se registou na África Ocidental em 2014, com mais de 11.000 mortos.