O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou esta quinta-feira que o país tem uma nova maioria parlamentar que visa salvar o país de “interesses obscuros” e resgatar a soberania nacional.

“Hoje estamos perante uma nova maioria parlamentar, consubstanciada no acordo de incidência parlamentar de três partidos: Madem, PRS e APU”, afirmou José Mário Vaz.

O Presidente guineense falava após a tomada de posse do novo Governo guineense, que decorreu no Palácio da Presidência, em Bissau.

Esta incidência visa salvar a Guiné-Bissau das garras de interesses obscuros que querem aprisionar o nosso povo e transformar o nosso país num paraíso para o tráfico de droga e outras práticas ilegais”, salientou o chefe de Estado, que terminou o mandato a 23 de junho e é candidato às presidenciais de 24 de novembro.

No discurso, o Presidente disse que o país vive um momento grave e que o atual governo tem uma “tarefa imediata e fundamental”, que é de organizar as presidenciais, cuja campanha eleitoral começa sábado. “Fazê-lo com absoluta garantia de isenção, transparência, integridade e não ingerência nos assuntos e competências da Comissão Nacional de Eleições, órgão independente encarregado da gestão eleitoral”, afirmou.

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José Mário Vaz pediu também “tratamento de igualdade para todas as candidaturas sem exceção” para que as “desconfianças instaladas desvaneçam” e para garantir que no final ganha o melhor. “O eleito do Povo, sem fraudes, por mérito próprio, respeitando e honrando a escolha popular, sem manipulação do processo que se quer transparente, livre e justo”, disse.

O chefe de Estado guineense salientou também que o país vive um dos “momentos mais decisivos da sua história recente” e que 46 anos depois da independência alguns “atores internos e externos” pretendem “impor uma espécie de tutela internacional, hipotecando a soberania”, impedindo os guineenses de pensar pela “própria cabeça” e “caminhar pelos seus pés”.

É imperioso que o novo governo mostre ao mundo que nós guineenses não somos uma sociedade pária”, afirmou.

A União Africana, a União Europeia, a CEDEAO, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente José Mário Vaz de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes e disseram que apenas reconhecem o Executivo saído das eleições legislativas de 10 de março, que continua em funções.

O Governo de Aristides Gomes já disse que não reconhece a decisão de José Mário Vaz, por ser candidato às eleições presidenciais, pelo seu mandato ter terminado a 23 de junho e por ter ficado no cargo por decisão da CEDEAO.

A Guiné-Bissau tem presidenciais marcadas para 24 de novembro e a segunda volta, caso seja necessária, vai decorrer a 29 de dezembro.