Um aos sete minutos. Dois aos 54′. Três aos 56′. Faltava mais de meia hora para terminar a meia-final da Liga dos Campeões em Anfield Road e o Liverpool tinha conseguido anular a desvantagem frente ao Barcelona que trazia de Camp Nou. O melhor estava ainda para vir: a onze minutos do final, Origi apontou o golo da reviravolta. E tudo na sequência de uma jogada “combinada” que saiu na perfeição, com um apanha-bolas a acelerar o recomeço do jogo, Alexander-Arnold a marcar o canto e o belga a bater Ter Stegen no culminar de uma noite épica dos reds.

Há um outro herói na noite mágica do Liverpool – o apanha-bolas. E já se pede uma recompensa para o miúdo de 14 anos

Apesar da frustração pelo segundo lugar na última Premier League, com um total de 97 pontos ainda assim não suficientes para impedir o bicampeonato do Manchestr City, o conjunto de Jürgen Klopp voltou a ganhar a Liga dos Campeões na final em Madrid frente ao Tottenham. Aí, o resultado foi outro, de 2-0. Mas foi naquele canto que apanhou a defesa catalã completamente desprevenida que esteve o segredo para o regresso aos triunfos europeus. Nova época, nova vida, o velho sonho: quebrar o jejum de títulos. E lá apareceu mais um canto.

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Depois de um arranque com oito vitórias consecutivas, que se juntaram a mais nove que vinham da temporada transata, o empate com o Manchester United em Old Trafford arrancado nos últimos minutos quebrou uma série que ficou perto de se tornar mais histórica e fez tremer a equipa, que voltou a sofrer para ganhar ao Tottenham no encontro seguinte. Agora, na deslocação a Birmingham para defrontar o Aston Villa, essas mesmas dificuldades voltaram a sentir-se, com os visitados a saírem para o intervalo a ganharem por 1-0 (Mahmoud Hassan, 21′).

Mais uma vez, valeu a persistência de nunca desistir do resultado. Quando já atacava com Oxlade-Chamberlain, Naby Keita, Origi, Sadio Mané e Firmino, foi o lateral Andrew Robertson a quebrar um jejum de ano e meio sem marcar na Premier League a corresponder de melhor forma a um cruzamento de Mané (86′) antes da reviravolta já em período de descontos: na sequência de um canto marcado na direita por Alexander-Arnold (desta vez com a defesa contrária organizada, ao contrário do que se passou com o Barça), Sadio Mané, um dos mais baixos em campo, surgiu ao primeiro poste para desviar de cabeça e fazer o 2-1 aos 90+4′.

Com este resultado, o Liverpool manteve a liderança da Premier League com 31 pontos (dez vitórias e um empate em 11 jogos), mais cinco do que o Manchester City que teve também uma missão complicada com o Southampton, saindo a perder ao intervalo no Etihad Stadium (James Ward-Prowse, 13′) antes da reviravolta nos últimos 20 minutos com golos de Kun Agüero (70′) e Kyle Walker (86′) entre muitos nervos à mistura nos bancos de suplentes com Pep Guardiola à beira de um ataque de nervos como é muito raro apanhar o técnico espanhol.