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Marcano é o 5 e não o 9 mas foi dos poucos a deixar Fernando Gomes orgulhoso (a crónica do FC Porto-Desp. Aves)

Este artigo tem mais de 4 anos

Num jogo pouco conseguido contra o último classificado, o FC Porto acabou por conseguir voltar às vitórias com o Desp. Aves (1-0). Marcano, que marcou o golo decisivo, foi o melhor em campo.

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AFP via Getty Images

AFP via Getty Images

O FC Porto jogou com o Glasgow Rangers a 24 de outubro, há sensivelmente uma semana e meia, naquele que foi o primeiro jogo mais a sério depois de uma longa paragem competitiva que se estendeu por eleições e compromissos das seleções. Esse empate no Dragão, em que o nível exibicional dos dragões ficou muito abaixo daquilo que tinham demonstrado antes do interregno, acabou por marcar um antes e um depois no atual momento e nas atuais dinâmicas da equipa de Sérgio Conceição.

Alex Telles e Marega foram ambos titulares contra o Rangers e foram também dos elementos mais apagados dos dragões, sendo o espelho da parca intensidade defensiva e da ausência de poder de fogo no ataque. No jogo seguinte, em casa contra o Famalicão, uma vitória inequívoca aliada a uma exibição global muito positiva do FC Porto afastou a equipa de João Pedro Sousa da liderança: Alex Telles começou no banco, abrindo espaço à entrada de Manafá no onze, e Marega saiu dos convocados. Seguiu-se a Madeira e o Marítimo, onde uma nova quebra de rendimento motivou um empate que deixou o Benfica isolado na liderança — Alex Telles voltou a começar no banco, Marega voltou a assistir à partida na bancada.

Ficha de jogo

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FC Porto-Desp. Aves, 1-0

10.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

FC Porto: Marchesín, Mbemba (Alex Telles, 56′), Pepe, Marcano, Manafá, Danilo, Bruno Costa, Otávio (Uribe, 83′), Corona, Soares, Luis Díaz (Zé Luís, 56′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Nakajima, Loum, Fábio Silva

Treinador: Sérgio Conceição

Desp. Aves: Aflalo, Mato Milos, Adi Mehremic, Falcão, Afonso Figueiredo, Estrela, Luiz Fernando (Ricardo Rodrigues, 86′), Rúben Oliveira, Welinton Junior, Kevin Yamga (Enzo Zidane, 86′), Mohammadi (Kahraba, 73′)

Suplentes não utilizados: Beunardeau, Bruninho, Peu, Bruno Jesus

Treinador: Leandro Pires

Golos: Marcano (13′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Mato Milos (70′)

Este domingo, no Dragão com o Desp. Aves, Sérgio Conceição precisava de voltar às vitórias — já depois de o Benfica ter vencido o Rio Ave na Luz — para não deixar fugir o principal rival na liderança e esclareceu, em certa medida, a ausência do lateral e do avançado das opções iniciais. Sobre Alex Telles, limitou-se a dizer que “quem está melhor, joga”; sobre Marega, garantiu que o maliano não tem estado nas convocatórias “para ser poupado”. Ainda assim, na hora de escolher o onze inicial para a receção aos avenses, o treinador juntava um terceiro nome a estas ausências: Uribe, que tem sido dos mais regulares na equipa e cujo rendimento no meio-campo garantiu a entrada direta no onze, era suplente e abria espaço à titularidade do jovem Bruno Costa, depois de já ter sido substituído com o Marítimo.

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Com a possibilidade de estas mexidas serem já poupanças a pensar na ida a Glasgow a meio da semana e contra um Desp. Aves que está enterrado no último lugar da tabela — e onde Leandro Pires é ainda interino, depois da saída de Augusto Inácio –, o FC Porto repetia o 4x3x3 da Madeira, com Corona e Luis Díaz no apoio a Soares, em detrimento do 4x4x2 utilizado no início da temporada. Os primeiros minutos de jogo mostraram desde logo que os dragões iriam atuar mais perto daquilo que mostraram contra o Marítimo do que daquilo que demonstraram contra o Famalicão, ou seja, de forma mais lenta na primeira fase de construção e sem grande ímpeto ofensivo que asfixiasse o adversário. A estratégia delineada pelo Desp. Aves, porém, estava a obrigar a equipa de Sérgio Conceição a realizar alguns ajustes.

Assente num bloco intermédio, a entregar por completo a iniciativa ao FC Porto e com Welinton, o jogador mais adiantado, situado na linha do meio-campo, os avenses apareciam no Dragão sem exercer uma pressão forte e homem a homem à primeira fase de posse dos dragões. A liberdade de troca de bola de Marcano, Pepe e dos dois laterais, Manafá e Mbemba, dificultava-se na hora de ligar o jogo à linha seguinte e obrigava a tentativas de transições diretas e verticais para Corona ou Luis Díaz, alterando o centro de jogo de forma constante — ora, sem a bola no chão, com uma dinâmica mais volátil, o FC Porto tinha dificuldade em estar de forma constante no último terço adversário. A escassez de caudal ofensivo, ainda que aliada a uma esmagadora percentagem de posse de bola dos dragões, dificultou a criação de oportunidades de golo: a primeira, que coincidiu com o primeiro remate enquadrado à baliza do Desp. Aves, acabou por abrir o marcador.

Depois de um livre marcado na zona do meio-campo, Otávio ganhou a posse de bola tombado na direita, à entrada da grande área, e soltou um cruzamento largo a procurar alguém ao segundo poste. Marcano, vindo de trás, rematou de primeira e de pé esquerdo sem hipótese para Aflalo (13′). Depois do golo, e ao contrário do que seria de esperar, o FC Porto não carregou e não pareceu procurar de facto o segundo golo: a única ocasião para o fazer, na verdade, surgiu já depois da meia-hora, naquele que foi apenas o segundo remate enquadrado da partida, com uma tentativa de Luis Díaz que terminou numa boa defesa do guarda-redes avense (33′). No final de uma primeira parte que teve ainda um penálti a favor do FC Porto assinalado por Hélder Malheiro mas revertido pelo VAR, os dragões estavam a mostrar pouco mas o suficiente para estar a vencer um frágil Desp. Aves. Nos últimos instantes antes do intervalo, a equipa de Sérgio Conceição falhou inúmeros passes e abriu espaço à subida dos elementos avenses no terreno — que falharam quase sempre na hora da decisão –, numa ausência de serenidade que deixou as bancadas do Dragão a agradecer pela paragem.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Desp Aves:]

Marcano, além do golo, ia sendo o melhor do FC Porto, com quase 90% de eficácia de passe, 45 ações com bola, todos os duelos aéreos ganhos, dois desarmes e um alívio. O central espanhol, não sendo capitão, reagiu às críticas dos adeptos nos últimos minutos antes do intervalo, face à pouca tranquilidade da equipa, e pediu apoio — as bancadas, contra aquilo que seria de esperar, responderam com cânticos a louvar Marcano. Na segunda parte, bastaram dez minutos para Sérgio Conceição perceber que a falta de intensidade dos dragões poderia trazer dissabores até ao final do jogo, já que o Desp. Aves estava a chegar cada vez mais perto da grande área de Marchesín e era até a equipa mais dinâmica em campo, superando o FC Porto em remates.

Numa dupla alteração pouco habitual, o treinador dos dragões lançou Alex Telles e Zé Luís e tirou Mbemba e Luis Díaz: Manafá passou para a direita da defesa e Telles foi para o lado esquerdo, Zé Luís juntou-se a Soares na frente de ataque e Otávio rendeu o colombiano na esquerda, passando o FC Porto a jogar em 4x4x2. Esta mudança de esquema tático mudou também a postura da equipa em campo, que deixou de privilegiar uma primeira fase de construção ponderada e colocou enquanto prioridade inicial a segurança no setor mais recuado, encontrando soluções no passe longo e na transição rápida para evitar os passes errados do primeiro tempo.

A alteração de estratégia do FC Porto acabou por garantir à equipa uma subida necessária no relvado que permitiu um maior controlo das ocorrências que também beneficiou do desgaste acumulado do Desp. Aves. O conjunto de Leandro Pires, de forma compreensível, mostrou-se incapaz de manter o ritmo apresentado nos minutos iniciais da segunda parte e foi abrindo espaço principalmente no meio-campo, onde Bruno Costa ganhou mobilidade e criou lances que ainda não tinham aparecido no Dragão.

Sem mais golos até ao apito final, o FC Porto conseguiu uma vitória pela margem mínima em casa contra o último e voltou a encurtar a distância para o Benfica, que é agora de dois pontos. Com uma exibição parca em intensidade, em qualidade e em superioridade, Sérgio Conceição regressou às vitórias depois do empate na Madeira mas precisa de pôr a equipa a fazer muito mais para continuar a lutar pela Liga e ser competitivo na Europa. Numa noite de domingo em que Fernando Gomes, o bibota, foi homenageado com uma ovação das bancadas ao minuto nove porque atravessa um duro problema de saúde, Marcano foi mesmo dos poucos (a par de Otávio) e deixar o antigo dragão orgulhoso.

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